sábado, setembro 24, 2005

O comentário do Odair Sene no «Mundo Lusíada»

Na edição electrónica do «Mundo Lusíada» Odair Sene diz que
«Consulado toma “sapecada” na Casa de Portugal de SP»

Ontem na Casa de Portugal de São Paulo, durante a visita do estadista Mário Soares, o Joaquim Magalhães, da Federação do PS (Partido Socialista) em São Paulo, deu uma sapecada no Consulado de Portugal em São Paulo, que estava representado pela maior autoridade, o Cônsul Luis Barreira, que estava na mesma mesa do Dr. Mário Soares, com Ruth Escobar, Antonio dos Ramos, Fernando Leça e outros representantes da nossa comunidade.
Magalhães disse que, “numa cidade com 18 milhões de habitantes não temos um consulado de Portugal de portas abertas. Só em São Paulo devem viver mais portugueses e luso-descendentes do que vivem na Grande Lisboa. E não temos para esta dimensão uma repartição comparável à mais pequena das Lojas de Cidadão existentes em Portugal ou à mais pequena junta de freguesia da região metropolitana de Lisboa. Qualquer freguesia de Portugal tem uma comissão de recenseamento, com permanente porta aberta, como é de lei. Temos orgulho nisso. Mas aqui a lei não existe. Aqui nada se cumpre: nem os protestos dos cidadãos nem as decisões da Comissão Nacional de Eleições. A representação de Portugal em S. Paulo tem cavalos de cortesia mas não tem capacidade para cumprir as leis do País nem educação para respeitar a nossa comunidade. Só por essa razão, o Dr. Mário Soares não terá os votos que merecia ter no Brasil. Mas se muitos de nós, sendo embora portugueses, não podem votar, ainda assim vale a pena apoiar a sua candidatura”.
Com este trecho, Magalhães provocou reações múltiplas, indignação de alguns e apoio de outros.
Já hoje, um indignado (Fernando Ramalho, da Provedoria Portuguesa) falou ao Mundo Lusíada dizendo que o momento escolhido foi errado, afirmando ter sido uma agressividade gratuita e desnecessária e enviou seu protesto (abaixo). Porém, ainda hoje, a jornalista Eulália Moreno da Agência PNN, achou que a iniciativa foi bem apropriada, dizendo que “o cônsul teve de ouvir caladinho as nossas reivindicações. E saiu, de mansinho, de uma Casa que ele desonrou, desprestigiou e que, só por não ter vergonha, insiste em freqüentar”.
Como pode-se ver, o tempo esquentou e parece que ainda deve render algumas farpas. Para além disso, ainda ontem, durante o almoço na Casa de Portugal, o candidato Mário Soares também deu sua estocada, quando referiu-se à mídia portuguesa como "imprensa comprada e mantida" por grupos econômicos a quem, o que menos interessa, é informar bem". Como se sabe, em Portugal tem mídia eletrônica “oficial” mantida com recursos públicos mas que passou a ser “comercial demais” para apenas informar com a liberdade que a imprensa deveria ter.
E tem (também) mídia impressa, que pertence a grupos empresariais, para os quais, não interessa criticas ao atual sistema, portanto “filtrando” que achar inconveniente.
Claro que o Fernando Ramalho tinha que reagir assim, não é verdade? Mas parece que foi o único...