sábado, junho 14, 2014

Primeiro Ministro de Portugal, Antes e Depois

domingo, junho 08, 2014

Porquê destruir Portugal?

Portugal é um dos mais velhos países da Europa.
Fez,  no ano passado, 870 anos e completará 900 anos em 2043, se lá chegar.
Pequeno país, com apenas 90.000 km2, foi, na ponta da Europa, o centro de um império que se desmoronou, na sua última fase, há 40 anos.
Apesar de ser um pequeno país e de o seu povo ter sido forçado, por uma ditadura de quase meio século, a uma longa guerra, era um Estado bem estruturado, mesmo antes da instauração do regime democrático.
A I República começou a espalhar escolas públicas por todo o território.
A Ditadura prosseguiu essa missão. E espalhou também tribunais por todos os concelhos, equipando os existentes com edifícios que ainda hoje são os ex-libris mais visíveis das vilas e das cidades.
Depois do 25 de abril de 1974, continuou esse projeto de levar a educação e a justiça a todas as gentes.
Continuaram a construir-se escolas e a construir-se palácios da justiça.
De um momento para o outro, num ápice, sem prévia consulta de ninguém o governo - este governo, liderado por Pedro Passos Coelho - começou por eliminar boa partes das freguesias, as células da organização administrativa mais identitárias das populações. Acabou, de um dia para o outro, com 1.168 freguesias, deixando órfãos e sem referência milhões de portugueses espalhados por todo o mundo.
Nada se poupou com isso; mas, politicamente, alcançou o governo um objetivo notável: o da eliminação de comunidades seculares, com gente espalhada por todo o mundo, que ficou, de um momento para o outro, sem referências.
A agricultura portuguesa foi destruída, com a a integração de Portugal na União Europeia.
As pescas seguiram-lhe o destino, sendo os barcos queimados e as águas entregues aos estrangeiros.
Toda a estrutura industrial, desde a siderurgia às fábricas de tecidos e confecções, passando pelos estaleiros navais, foi liquidada, criando-se um exército de desempregados, sendo uns exportados e vivendo os outros à míngua de pensões cada vez mais degradadas.
Aliciaram-se os agricultores e os pescadores com subsídios, para que não topassem o engano. E criaram-se estruturas de excelência nas áreas da saúde, da educação e da justiça.
Todos esses edificios estão agora em vias de demolição, como se se pretendesse acabar com o país ou, pelo menos, submergi-lo em escândalos financeiros, pelos quais ninguém responderá.
Hoje há duas grandes noticias.
Uma, do Diário de Noticias, informando que o Tribunal de Justiça da União Europeia considera ilegal o uso de provas obtidas por gravação de conversas telefónicas com mais de 1 anos. Outra, do Expresso,  informando que desapareceram mais de 5.700 milhões de euros do Banco Espírito Santo de Angola, participado em mais de 50% pelo BES de Portugal.
José Estaline, que  usava a mesma lógica para eliminar os seus adversários da fotografias, aparece agora ressuscitado pelos teóricos do direito ao esquecimento, que ameaça a verdade e corrói as instituições.
Voltamos à lógica pura da propaganda e do engano.
Ou acordamos ou corremos o sério risco de nos fazerem aquilo que não queremos.
João Ferreira do Amaral, um dos mais notáveis economistas portugueses, dizia, há dias que esta Europa é um moribundo.
Terá um parlamento que representa menos de 30% dos europeus.
Mas nós, em Portugal, temos um governo que representa menos de 10% dos portugueses.