domingo, junho 25, 2006

Desmentido

Não é verdade que a sociedade de advogados em que trabalho, a MRA, tenha patrocinado num passado recente, qualquer das partes que envolvidas na disputa de interesses no Timor Gap.
É verdade que, a pedido de um cliente, elaboramos uma pequeno estudo sobre riscos de investimento em Timor Leste, relevando nesse estudo, de forma muito específica as perpectivas decorrentes da evolução das negociações sobre as reservas pretrolíferas.
É verdade que previmos a hipótese de a situação interna de Timor ser instabilizada se o governo timorense mantivesse uma posição dura nas negociações com a Austrália e que a situação se poderia tornar insustentável se o mesmo governo ousasse procurar alternativas, como efectivamente ocorreu.
Tomando-se em consideração os parâmetros do sistema de segurança de Timor e os interesses em jogo, era absolutamente previsível o que vem ocorrendo nos últimos dois meses e que não põe em causa apenas os negócios do petróleo mas o de toda a influência que países estranos à região pretendam ter em Timor.
Hoje é a própria imprensa australiana a reconhecer a consistência de tais previsões.
A queda de Alkatiri é inevitável, atentos os interesses em jogo e a debilidade do pequeno país. Há situações em que o direito não tem nenhuma relevância, sendo certo que o direito internacional é o parente mais frágil da família.
Continua a ser de uma acutilante actualidade a discussão da problemática dos riscos dos contratos petrolíferos, sobretudo em quadros de soberania débil.No caso de Timor é muito interessante para todas as partes envolvidas que se esclareça se é verdade ou mentira que a mulher do Presidente é um agente encoberto da inteligência australiana.