domingo, abril 20, 2008

Que se passa com o CCP?

O Conselho das Comunidades Portuguesas foi a mais importante plataforma de encontro e debate das comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo.
Com altos e baixos, o que é próprio de qualquer organização, conseguiu manter viva uma network de reflexão sobre o papel dos portugueses na sociedade global e assegurar pontes entre plataformas de base regional espalhadas pelo Globo.
Tenho a ideia forma de que os governantes portugueses nunca deram às comunidades da Diáspora a importância que elas merecem.
Sempre as trataram como comunidades de portugueses de segunda, relevando delas apenas o que pode ser elevado ao ridículo no rectângulo original.
Só para me referir a um aspecto (que é crucial) tenho para mim a ideia de que nenhum dos governantes que passaram pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros encarou de forma minimamente séria a problemática do folclore como repositório de memória cultural.
Os «ranchos» e «ranchinhos» sempre foram e continuam a ser encarados como expressão residual de uma baixa cultura de um país rural e pobre que já não é o país em que nos revemos, quando é certo que o fenómeno (aliás profundamente estudado pela antropologia social) ultrapassa, de muito longe, essa barbaridade.
Nalguns momentos, o CCP conseguiu mesmo ser uma estrutura incómoda, pelas questões que colocou. Por isso mesmo se compreende a tentação de o transformar num grupo de notáveis, mais ou menos indigitados, que permitirão ter nas «colónias» os olhos e os ouvidos do rei, à boa maneira das satrapias daquele ilustre antecessor de Saddam Hussein que foi o rei Dario I, da Pérsia.
Estranho é ver como toda a gente parece ter fugido, para além do mais com o património acumulado nestes anos...
O site do CCP transformou-se num anúncio de registos de dominio...