Anda o país intochicado com a questão de saber se o primeiro-ministro José Sócrates mentiu ou não mentiu sobre o negócio da TVI, coisa que não tem nenhuma importância perante a dimensão das mentiras acumuladas sobre a situação económica e financeira.
Se virmos os sucessivos relatórios das entidades publicas nacionais e europeias somos forçados a concluir que todas têm andado a mentir durante todo este tempo sobre as contas públicas.
Tomando em conta a incongruência entre os diversos documentos que, ao longo dos últimos anos, retratam a situação macro-económica, forçosa é a conclusão de que as próprias estatísticas foram falseadas, porque não corrigidas.
Todos os comentadores estão seduzidos pelos «mercados», comos e os mercados fossem milagrosos e imaculados. Toda a gente manda bitaites e diz disparates, uns para apoiar o governo e outros para o criticar.
O PEC e toda esta montagem que se vem fazendo não é mais do que uma operação concertada para arruinar o país e nos espoliar.
O que o governo tem que fazer é limitar a sua atividade aos recursos que tem, acabando com o enormíssimo desperdício que há na administração pública.
Não se compreende por que razão as empresas são obrigadas a fechar se não tiverem recursos que lhes permitam continuar a laborar e o Estado não pode reduzir os seus funcionários se não tem dinheiro para lhes pagar.
A voracidade do governo e da administração tem que ser contida.
Quem não tem dinheiro não tem vícios; não pode gastar o que não tem e muito menos pedir dinheiro emprestado quando nada indica que possa vir a pagar.
É essencial por os pés na terra e acabar com todas (rigorosamente) todas as despesas inúteis.
É essencial criar condições que nos permitam evitar a fome, o que só é possivel com o aproveitamento dos recursos internos, visando o equilibrio da balança alimentar.
Nada será resolvido com uma simples mudança da corte e a continuação dos mesmos hábitos, da mesma economia artificial, do fosso entre a nossa produtividade e a dos paises mais avançados da Europa, porque destruimos recursos em excesso com atividades inúteis, que inviabilizam os preços.
As grandes mentiras estão, em boa parte, no artificialismo de diversas politicas que, visando a redução artificial do número de desempregados, criou quadros absolutamente insustentáveis. É o que se passa com politicas de formação absolutamente incorretas, porque não qualificam, com políticas de subsídios que se limitam a tapar buracos e nada contribuem para a melhoria de produtividade e, sobretudo, com o esbanjamento generalizado na administração pública.
Quando se auditar o Plano Tecnológico concluir-se-à, seguramente, que se trata de uma das maiores vigarices do primeiro quartel do Seculo XXI.