Passei há dias pela minha aldeia e tive a oportunidade de ler uma carta que a Caixa Geral de Depósitos dirigiu recentemente aos reformados, entre os quais se encontra a minha mãe.
A carta fala da crise, na mesma onda em que sobre a mesma se tem falado nas televisões, como se fosse um mal, uma peste que tivesse vindo ao mundo e de que ninguém tenha tido culpa concreta.
Por isso, diz a Caixa, enganando os velhotes, que não pode pagar mais do que umas centésimas de juro, entre os 0,1% e os 0,3%.
É preciso refletir sobre isto...
Durante anos e anos a usura foi considerada crime. Hoje está, literalmente institucionalizada. Os bancos não pagam nada aos depositantes em renuneração dos depósitos à ordem, mas depois vendem esse dinheiro a preços disparatados, que no crédito ao consumo chegam aos 30%.
Os políticos do arco do poder pactuam entre si - em todos os paises da Europa - com um projeto de engano das populações, como se estivessem todos empenhados (e parece que estão) em salvar os especuladores em geral e as instituições financeiras em particular.
Toda a informação passada nas televisões tem o sabor de informação manipulada, cuidadosamente manipulada, para criar condições para os especuladores.
Mas os políticos não estão inocentes neste jogo... Vejamos só dois aspetos...
As taxas de juros no banco central estão pouco acima do limiar zero. Mas o banco central português, que é o banco do Estado, não se vai abastecer ao banco central europeu. Vai à banca comercial pagar as taxas «cozinhadas» paras entidades de rating, cujo trabalho, até pela dimensão das suas equipas, não merece nenhuma credibilidade nem nenhum respeito.
De outros lado os empréstimos ao tesouro feitos pelos portugueses são pagos miseravelmente, quando é certo que osa empréstimos contraidos junto da banca comercial são remunerados por taxas bem mais elevadas.
Custava muito ao Estado remunerar os depósitos dos idosos à melhor taxa que paga nos seus empréstimos?
Parece que não...
O que o Estado merecia é que esta gente, que tão humilhada está levante todo o dinheiros dos bancos e o guarde na enxerga. É o minimo que podem fazer, para que não lhes faltem ao respeito.