domingo, janeiro 08, 2012


Quando comecei a visitar São Paulo com alguma frequência esta era uma catedral da cultura portuguesa. Assisti aqui a espectáculos inolvidáveis, que integravam uma programação cultural riquíssima. Que saudades do Comendador António dos Ramos e do seu assessor cultural Joaquim Magalhães. Hoje, a Casa de Portugal, de que sou sócio, está completamente morta e sem cumprir minimamente as funções para que foi criada. É um espaço nobre mas vazio, como se tivesse sido amaldiçoada no dia em que António dos Ramos enfrentou Durão Barroso e este resolveu retaliar, à conta do erário público. O Consulado de Portugal, que aqui funcionava e gerava movimento, pagava uns 5 mil euros. Hoje pagamos (todos nós contribuintes) mais de 50 mil por mês, por causa de dois orgulhos, de dois senhores.
Estas coisas não fazem sentido nenhum. Parece-me que é altura de enterrar os machados de guerra e de passar por cima dos interesses particulares, para defender o interesse público.
Faz todo o sentido que o Estado português e a Casa de Portugal em São Paulo se entendam para dinamizar aquele espaço e o fazer corresponder ao sonho dos seus criadores. Sob pena de, num dia destes, nos vermos noutro buraco, daqueles que se têm que tapar com dinheiros do orçamento.