quarta-feira, maio 18, 2005

Oxalá que não seja apenas propaganda...

Copio do Portal do Governo...
Espero que não seja apenas propaganda... Se for verdade é bom...

«Posse dos dirigentes do IAPMEI, ICEP, INPI, ITP, Inftur e Prime»

2005-05-16


Intervenção do Ministro da Economia e da Inovação na cerimónia da tomada de posse dos presidentes do IAPMEI, ICEP, INPI, ITP, Inftur e dos dirigentes do Prime
Na última quinta-feira completaram-se dois meses sobre o governo ter entrado em funções e, nesse dia, foram nomeados os dirigentes de diversas unidades operacionais do MEI, que hoje tomam posse.
Este governo cultiva a imagem de marca decidir, em vez de teorizar, encomendar estudos ou alimentar especulações.
Na área do plano tecnológico, foi criada a UCPT.
Foi criado o Inovjovem e o Inovcontacto.
Foram repostos os incentivos fiscais às despesas em investigação e desenvolvimento.
Na área da desburocratização, foram criados os Pin´s e, proximamente, será possível criar uma empresa num só dia.
Na área da proximidade com as empresas, foi lançado o programa Agiire.
Precisamos transformar a nossa economia, não podemos ficar na estação a ver o comboio partir. Precisamos cultivar um espírito positivo, em vez de especular e criticar. Precisamos unir esforços, em vez de fomentar as divisões.
O processo de transformação de uma sociedade e de uma economia requer a adaptação das suas instituições aos novos projectos. A nomeação dos novos responsáveis por estas importantes unidades operacionais do MEI insere-se neste processo de adaptação. De forma alguma é uma dança de cadeiras.
A este propósito, quero desde já agradecer a todos aqueles que, até agora, deram o melhor de si próprios a estas instituições e agora regressam aos seus lugares de base. Desejo-lhes as maiores felicidades pessoais e profissionais.
O paradigma deste governo mudou relativamente ao anterior. O plano tecnológico foi assumido como o principal instrumento para atingir o objectivo n.º 1, que é o crescimento da economia portuguesa.
Foi adoptada uma postura de maior proximidade com as empresas, a qual irá ser cada vez mais aprofundada.
É muito importante que hoje aqui estejam os principais dirigentes das associações patronais e sindicais, com as quais é preciso cooperar cada vez mais.
O MEI assumiu o papel de principal dinamizador da inovação. É fundamental desenvolver mais valências nesta área, não só pela importância que o governo dá à inovação, mas também pelo facto de o novo QCA focar-se na competitividade, qualificações e inovação.
O MEI deixou de ter a responsabilidade pela área do Trabalho, mas passou a abranger o Turismo.
Também houve uma mudança de estilo. Este governo não quer teorizar, quer protagonizar a mudança. Não quer estar presente na imprensa de forma permanente, quer falar pelos seus actos.
Naturalmente, esta alteração de paradigma implica uma adaptação das instituições. Esta reconfiguração é para ficar e para aprofundar, não é para alterar.
Um corolário das últimas eleições legislativas é a estabilidade. A estabilidade é imprescindível para o sucesso das sociedades. Os países com mais instabilidade são os menos bem sucedidos. Enquanto a vizinha Espanha teve três governos, sucederam-se dezassete governos no nosso país. A estabilidade vai permitir criar instituições sólidas e prestigiadas.
Quero enunciar em breves palavras os princípios aos quais vai obedecer a reconfiguração destas unidades operacionais do MEI.
Relativamente ao Iapmei que, doravante, será designado Iapmei- Instituto de Empresa. Esta instituição tem um papel importantíssimo. É necessário aperfeiçoar rapidamente três valências adicionais.
Primeiro, na área da inovação, porque o próximo QCA será muito focado nesta área. É infinitamente mais fácil falar de inovação do que tornar operacional este conceito. Caberá ao Iapmei- Instituto de Empresa um importante papel na formatação dos instrumentos financeiros mais adequados para estimular a inovação e a sua canalização para as Pme´s, as quais são e serão responsáveis por uma importantíssima parte da criação de empregos e de valor.
Segundo, na área da coordenação dos instrumentos às empresas que estão a sentir dificuldades transitórias, mas têm uma viabilidade manifesta no médio prazo. Esta coordenação terá lugar no âmbito do programa Agiir, recentemente anunciado pelo governo.
Terceiro, no desenvolvimento do conceito de que o mercado relevante para as empresas portuguesas é o mercado ibérico. Temos de ultrapassar rapidamente esta situação paradoxal, que é as empresas espanholas aproveitarem muito melhor as oportunidades abertas por um mercado que é cinco vezes menor do que o seu próprio mercado interno, do que as empresas portugueses aproveitarem um mercado que é cinco vezes maior.
Salta aos olhos a ambição destas tarefas, cuja execução é totalmente incompatível com a dispersão e vai requerer um grande foco e dedicação.
Relativamente ao Icep, o objectivo é desenvolver as suas potencialidades, tarefa que é facilitada pela elevada competência da maioria dos seus quadros que, muitas vezes, não produzem mais apenas por falta de uma orientação estratégica mais clara. Nas minhas deslocações ao exterior tenho conhecido muitos quadros do Icep com uma grande competência profissional e ansiosos por fazer mais e melhor.
A internacionalização é uma dimensão verdadeiramente vital para melhorar a competitividade das empresas portuguesas que, definitivamente, não podem pensar exclusivamente em termos de um mercado interno de dimensão muito reduzida.
Relativamente ao ITP, temos total consciência de que o turismo é uma das indústrias com mais futuro no nosso país: pelas nossas potencialidades, capacidade instalada e novos projectos que se anunciam. O grande desafio que temos pela frente é subir na cadeia de valor, tarefa que, em larga medida, incumbe ao ITP e ao Inftur. Acredito que nos próximos anos iremos melhorar muito a nossa imagem no exterior e atrair cada vez mais turistas com maior poder de compra através de uma oferta global com cada vez mais qualidade.
Uma vez feitas estas considerações sobre a missão específica e sobre os objectivos estabelecidos a cada uma destas unidades orgânicas, quero dizer algo sobre o método.
Em primeiro lugar, sobre a disciplina financeira. Não acredito no relançamento da nossa economia através de um aumento da despesa pública. A situação das nossas finanças públicas é muito delicada. Não se pode pregar a disciplina na casa do alheio e praticar a indisciplina na nossa própria casa. Esta reconfiguração implica muito menos despesa, quer em salários, quer em consultores.
A competitividade da nossa economia e das nossas empresas exige o maior rigor em controlar os custos operacionais. Vai ser desenvolvida cada vez mais uma prática generalizada de serviços partilhados entre as diferentes unidades operacionais do MEI.
Em segundo lugar, sobre a função financeira. Será criada uma unidade de gestão estratégica de vários instrumentos financeiros em que o MEI tem uma posição dominante, desde sociedades de capital de risco a participações. Sem uma visão e um comando estratégico, não há eficiência. Vamos olhar com atenção para as melhores práticas neste domínio, em particular para o modelo finlandês que, como é sabido, está a ter um grande sucesso.
Em terceiro lugar, sobre a coordenação destas unidades. Das várias alternativas consideradas, foi escolhida a nomeação de elementos comuns à administração das diferentes unidades. O desenvolvimento do business plan de cada uma destas unidades requer uma concentração total e um esforço totalmente focado nos objectivos a atingir.
Em quarto lugar sobre a forma de abordagem. Não acredito em revoluções, acredito em reformas. Por isso, foi feita a opção por combinar em igual dose quadros com muita experiência e tradição no MEI, com elementos com uma larga experiência e provas dadas no sector privado. Repito o que já disse anteriormente: é essencial criarmos uma proximidade cada vez maior com as empresas.
Temos um grande desafio pela frente. A zona Euro está a crescer pouco e mal. Portugal está a crescer pouco e mal. Temos o grande desafio de ajudar as nossas empresas a serem mais competitivas através de políticas públicas destinadas a promover a internacionalização e a inovação dos produtos, dos processos e dos métodos de gestão.
Do fundo do coração, desejo-vos a todos a melhor sorte nestas novas tarefas. »