Este sistema eleitoral não serve e carece de mudança urgente.
Não faz nenhum sentido votar em listas de um partido político, quando, na realidade, elegemos pessoas.
Há pessoas sérias na política. Mas também há pessoas que não são sérias e não é possível aos cidadãos escolher entre os sérios e os não sérios.
Para além disso, há pessoas de quem gostamos e pessoas de quem não gostamos. E devemos poder escolher entre os que gostamos e os que não gostamos.
Por isso me parece que a Democracia ganharia com a substituição do atual sistema por um sistema de sufrágio uninominal, em que cada cidadão pudesse votar no candidato que escolhesse, sem prejuizo de os partidos poderem organizar as candidaturas e de cada candidato se apresentar como pertencendo a um partido politico.
Saí do PS em 2006. A carta de demissão está publicada em vários locais, nomeadamente neste blog, não sei bem aonde, pela simples razão de que alguém o sabotou. Podem lê-la em http://joaotilly.weblog.com.pt/arquivo/243914.html.
É no PS que tenho os meus amigos e apesar de não me rever neste Partido Socialista estaria até disposto a votar nele, por ser o mal menor, não ocorresse o caso de a lista do meu círculo eleitoral ser encabeçada por Jaime Gama.
Não tenho nada de pessoal contra esse dirigente mas seria imoral da minha parte votar nele depois das críticas que subscrevi relativamente ao seu comportamento como Ministro dos Negócios Estrangeiros e dirigente do Partido Socialista.
Jaime Gama liquidou, a meu ver sem nenhuma razão, um camarada de partido, o então presidente da Federação da Suiça do Partido Socialista, acabando com a sua carreira de funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, apenas porque ele emitiu opiniões políticas, no exercício do seu cargo de conselheiro das Comunidades Portuguesas.
O homem só não passou fome porque beneficiou da solidariedade de vários amigos. De resto, foi literalmente liquidado.
Por essa razão singela eu, que fui advogado de Manuel de Melo, nunca poderia votar numa lista em que participasse Jaime Gama.
É o mínimo que exijo a mim próprio em termos de higiene.
Os meus amigos com quem falei argumentam que agindo assim facilitarei a vitória de Manuela Ferreira Leite. Mas isso não razão suficiente para votar num lista que integra uma pessoa que, na minha modesta opinião, não tem dignidade para ocupar um cargo político em democracia, ao menos com o meu voto.
Eu nunca votaria num censor, pela simples razão de que a censura da liberdade de expressão política, não é para mim apenas lastimável; mete-me nojo.
A ser verdade o que vem hoje publicado no Expresso, Manuela Ferreira Leite deveria, pura e simplesmente, ser investigada por gestão danosa.
Diz o Expresso que a agora candidata a primeiro-ministro cedeu ao Citigroup créditos do Estado do valor de 11,4 mil milhões de euros, por valor não informado, tendo recebido até ao momento 1900 milhões (cerca de 16,6%) para além de o Estado ser obrigado a substituir parte dos créditos por outros, do valor de 3740 milhões de euros.
Para além do desbarato a que foram «cedidos» os créditos, o Estado ainda teve que pagar, segundo o Expresso, 37, 5 milhões de euros.
Sendo reconhecida como é a capacidade das repartições de finanças e dos tribunais tributários paga a cobrança dos créditos do Estado, todos pagos com lingua de palmo e alcavalas, este negócio é, obviamente suspeito, sendo importante que se conheça quem foram os intervenientes nele.
Só por isto eu não poderia votar numa lista em que se integra o nome de Manuela Ferreira Leite.
O que me vale é que ainda tenho algum tempo para escolher...