terça-feira, agosto 30, 2005

Ainda há gente com coragem...

PUBLICO.PT

Manuel Jarmela Paulos pôs o dedo numa série de feridas da nossa política de imigração.
Ainda há gente com coragem - é o meu primeiro comentário.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Mais uma empresa que vai para Espanha

A maior dificuldade de qualquer empresa brasileira que queira investir em Portugal está na burocracia. E esse problema começa precisamente no Brasil.
Hoje, como vimos afirmando reiteradamente, sem que alguém resolva fazer alguma coisa, não é possivel fazer uma coisa tão simples como a legalização de um documento em tempo normal.
O centro económico do Brasil está em S. Paulo e o consulado de Portugal está de porta fechadas.
Mas, para além disso, é extremamente dificil a legalização de quadros que as empresas precisam de transferir. O processamento dos depósitos dos contratos de trabalho no IDICT é muito demorado e a emissão de um visto não se consegue em menos de seis meses depois de tal depósito ter obtido parecer favorável.
O País, assim, não pode andar para a frente. Anda necessariamente para trás.

Skype & Cia

Há tempos que ando para escrever sobre esta matéria.
Um texto que me caiu no computador poupou-me o trabalho. Reproduzo-o abaixo.
Já usamos o Skype há muito tempo. É excelente e permite poupar milhares de euros.
Pergunto-me é porque razão a administração pública ainda não o implementou.
Gastam-se rios de dinheiro e comunicações, que poderiam poupar-se para acorrer a outras necessidades.
Claro que quando alguém levantar a questão se vai dizer que a poupança causará um enorme prejuizo à Portugal Telecom.

«O telefone é sem dúvida uma das melhores invenções de sempre, mas que trouxe atrelada uma das mais cruéis invenções de sempre: a conta para pagar. A internet está a subverter todo esse sistema, já que a todo o momento surgem programas gratuitos que permitem usar o computador como um autêntico telefone, sem pagar quase nada. Sendo que agora isso acontece com um acessório que até pode ser igualzinho a um... telefone.
Os primeiros a comunicarem com a tecnologia VoIP (sigla inglesa para ‘Protocolo de Voz através da Internet’) fizeram-no utilizando um microfone e as colunas do computador, depois apareceram uns auscultadores com microfone acoplado, mas a grande novidade são telefones que se ligam ao computador com um simples cabo USB, os chamados telefones VoIP, que já se expandem por Portugal.
Seja qual for a interface com o utilizador, o que a invenção permite é algo no mínimo revolucionário: ligar de graça para outras pessoas que tenham o mesmo programa ou, pagando uma taxa irrisória para ligar para telefones fixos ou telemóveisEm termos tecnológicos, a ideia é assustadoramente simples: quando se usa a internet, a voz é apenas mais uma forma de informação.
A partir do momento em que se aceita esse princípio, toda a rede de fios e ligações destinada a realizar as chamadas telefónicas parece redundante. Em vez disso, por quê não pegar simplesmente nas conversas, transformá-las em pequenos pacotes de dados digitais e mandá-los através da ‘net’? Muitas empresas têm apostado no desenvolvimento dessa tecnologia e há várias alternativas disponíveis na internet.
“Posso estar a noite toda a falar com a família, nos Açores, e a grande vantagem é que é grátis”, afirma animada Lina Murteira, uma emigrante portuguesa nos Estados Unidos, que vive com o marido e os filhos nos arredores de Boston.
“Nem sei quanto já poupámos em telefone, mas como usamos isto já há muito tempo, foi com certeza uma fortuna”, explica a utilizadora do programa Paltalk, que pode ser encontrado gratuitamente na internet em www.paltalk.com.
Esse programa permite falar com outras pessoas que também o tenham instalado no computador, tal como já é possível no famoso MSN Messenger, da Hotmail, ou no recentemente lançado Google Talk.
Mas há outros que vão ainda mais longe e permitem ligar para telefones fixos e telemóveis. É o caso do Vonage (www.vonage.com), o mais utilizado nos EUA, e a grande sensação do momento, o Skype (www.skype.com).
Desenvolvido pelos criadores do Kazaa – o mais popular programa de partilha de ficheiros – o Skype permite não só falar absolutamente de graça e por tempo indeterminado com outros utilizadores do mesmo programa, como também fazer chamadas para telefones fixos ou telemóveis em todo o mundo a preços quase simbólicos.
Para quem tem familiares no estrangeiro, já não faz sentido telefonar sem ser através de VoIP. A título de exemplo, uma chamada de 10 minutos para um telefone fixo em França custa apenas 17 cêntimos.»

Problemas dos imigrantes brasileiros em Portugal

Eulália Moreno (PNN) escreve sobre as dificuldades dos imigrantes brasileiros em Portugal:

«Muitos dos imigrantes oriundos do Brasil sentem-se enganados: quando chegam a Portugal, percebem que "o país irmão", afinal, tem armadilhas a cada esquina. A burocracia pesada da legalização, os problemas para conseguir um emprego e a dificuldade em integrarem-se na sociedade portuguesa são só alguns desses imponderáveis.
Várias associações de imigrantes que trabalham no terreno já assinalaram o problema, alertando para a necessidade de desmascarar o "engano português".
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), em particular, está a trabalhar num projecto para uma campanha de esclarecimento no Brasil, a ser difundida na comunicação social, que deverá usar o relato das experiências vividas por quem sofreu na pele a desilusão migratória portuguesa. Esta semana, no entanto, foi a vez de o bispo D. Laurindo Guizzardi, responsável pela Pastoral dos Brasileiros no Exterior, vir reforçar esta preocupação, depois de uma visita a várias comunidades brasileiras estabelecidas em Portugal, a convite da Obra Católica Portuguesa de Migrações.
"A emigração brasileira para Portugal é um fenómeno que está a crescer. Julgo, contudo, que é preciso fazer-se uma campanha de esclarecimento no Brasil sobre o que eles vão encontrar aqui. Foram os próprios imigrantes com quem contactei nos últimos dias a pedir-me que faça isso", disse ao PÚBLICO D. Laurindo Guizzardi, no final da sua estadia em Portugal.
Na origem do mito, para o bispo de Foz do Iguaçu, estão sobretudo dois factores: por um lado, Portugal ter a "garantia de qualidade" da União Europeia; por outro, as alegadas facilidades decorrentes de "ser um país irmão".
Progressos desde 2002Ambas estas imagens esbarram, no entanto, quer na crise económica que se vive no país, quer em preconceitos raciais e xenófobos inesperados, que muitas vezes estigmatizam os brasileiros, e as brasileiras em particular, como uma comunidade de "má fama" - na expressão de D. Laurindo Guizzardi.
"Os brasileiros têm de ser mais bem informados, antes de partirem. Para que possam medir devidamente as consequências dessa opção", diz por isso o bispo, que, enquanto responsável da Igreja Católica pela diáspora brasileira, tem um vasto conhecimento sobre as experiências migratórias um pouco por todo o mundo.
"Os imigrantes contam com uma legalização facilitada. Muitos só quando chegam a Portugal é que descobrem que vigora um sistema de quotas [que limita o número de imigrantes em função das oportunidades de trabalho definidas para cada ano]", concretiza D. Laurindo Guizzardi. Existem ainda outros problemas, que não dependem necessariamente do Governo português. É o caso, acrescenta o bispo, das "taxas muito pesadas" cobradas pelo Banco do Brasil sobre as remessas enviadas de Portugal para o Brasil. Ou o facto de as companhias aéreas, uma vez ultrapassado o período de três meses relativo à duração do visto de turismo, cancelaram a passagem de regresso ao Brasil. Ou ainda as más condições a que quase todos os imigrantes se vêem obrigados a sujeitar, sendo explorados por senhorios que, sabendo da fragilidade relacionada com a condição da clandestinidade, cobram preços muito altos pelas rendas.
D. Laurindo Guizzardi ressalva, contudo, que nem tudo é mau. E que, desde a última vez que visitou Portugal, em 2002, também notou progressos.
"Hoje em dia a comunidade brasileira está mais organizada. Penso que há cinco ou seis associações. Isso é bom porque eles assim podem defender melhor os seus direitos", afirma. O bispo brasileiro congratulou-se ainda com o esforço das autoridades portuguesas em melhor as condições de vida dos imigrantes.»
A situação é grave e as autoridades portuguesas não estão a encará-la com um mínimo de sensibilidade. É pena.

sexta-feira, agosto 26, 2005

As instituições portuguesas estão em crise...

É preciso fazer alguma coisa...
Este almoço ritual das quintas feiras, na Casa de Portugal em S. Paulo, era, para além de um encontro de amigos, um evento gastronómico de relativa qualidade.
Com a subida do preço do azeite as coisas pioraram. A comida começou a ser razoavelmente rançosa. Mas nunca faltou o bom vinho, na quantidade adequada, que é aquela de servir o copo com gravata e de sobrar, à boa maneira portuguesa.
Agora é uma miséria... Só a água é servida consoante as regras e para o vinho é preciso fazer um requerimento.
Se o preço fosse baixo, ainda se justificava. Mas são 70 reais, o correspondente a cerca de 23 euros.
Tomariam muitos restaurantes portugueses poder explorar estes restaurante, com estes preços...
O Comendador António dos Ramos, tenha os defeitos que tiver, faz falta. Como bom transmontano é sensivel a estas coisas.
O ambiente é de decadência total e é preciso pôr termo a isto. Porca miséria - como diz um amigo italiano..
Um horror de comida... O sacrificio é tanto que é preferível encontrar os amigos noutro lado.

Almoço das quintas...

O almoço das quintas na Casa de Portugal em S. Paulo é sempre um ritual... Agora é ainda mais espectacular, como se vê da foto, com este enfermeiro a servir pernil ao Comendador Abílio Herlander. Posted by Picasa

quinta-feira, agosto 25, 2005

O Costa tá doido...

Jornal de Notícias - António Costa aponta falhas na fiscalização

O que o meu amigo António Costa diz é de doidos...
Parece que não tem a mínima noção do que é uma mata, de como se roça, de quanto custa roçar e da inutilidade do resultado da roça.
O mato era usado para fazer estrume e para adubar as terras.
Hoje não há agricultura... Há subsídios para não produzir...
Acabou-se com o ciclo do mato e não se arranjou um ciclo alternativo, que podia ser a produção de bio-energia.
Limpar a floresta - roçar o mato - é uma actividade que exige intervenção humana, mesmo que se recorra aos herbicidas.
E não há gente em Portugal para fazer esse trabalho.
Na minha aldeia há apenas um homem válido. E seriam necessários 100.
E os proprietatários não podem proceder à limpeza das matas, sob pena de irem à falência, porque não retiram da mata o rendimento indispensável para pagar essa operação.

quarta-feira, agosto 24, 2005

O Presidente não está bom da cabeça...

TSF Online: "

Claramente que o Dr. Jorge Sampaio não está bom da cabeça, a ver pela notícia que hoje vi sobre o que disse a propósito dos incêndios florestais.
Responsdabilizar os proprietários pela limpeza das matas?
Não sabe o Sr. Presidente da República que é hoje praticamente proibido limpar uma mata?
Não sabe que se se proceder à limpeza não se pode retirar o mato?
O Estado deixou toda a sua floresta ao abandono, com centena de casas de guardas florestais ao abandono.
Deu o pior exemplo que podia dar aos particulares.
A floresta deixou de ter uma política, excepto no que se refere às grandes empresas de papel, que recebem milhões de contos de subsídios.
Os pequenos proprietários particulares foram deixados completamente ao abandono.
Aqueles que eram ricos há trinta anos, estão hoje na miséria, em razão de uma política agrícola que é um absurdo completo e que só favorece os grandes.
Isso mesmo: os proprietários florestais que eram ricos há trinta anos estão hoje na miséria, porque não há qualquer estímulo para a produção florestal e porque os incêndios são um excelente mecanismo de destruição do mercado.
Mas há um outro problema: não há mão de obra.
O país está velho e não há mão de obra em Portugal que permita limpar a floresta. Nem há uma política de imigração correcta, que permita contratar pessoal no estrangeiro para limpar a floresta.
O que se está a preparar em Portugal, com toda a clareza, é uma nova forma de colectivização, desta vez com a marca da direita, mas não menos agressiva que foi a dos comunistas.
Meu pobre País.

domingo, agosto 21, 2005

O Brasil ao rubro...

VEJA on-line

Cheguei a S. Paulo com o Brasil ao rubro...

sexta-feira, agosto 12, 2005

Vencemos mais uma Maribel...

Correio da Manhã

Vencemos mais uma Maribel...
Tu que és perseguida política e que acreditas que Portugal pode ser um lugar de asilo voltaste a ser protegida pela Razão...
Viva a Liberdade que reconquistaste...
O teu país há-de mudar num dia destes...

quarta-feira, agosto 10, 2005

A indústria dos incêndios

José Gomes Ferreira, sub-director de informação da SIC, assina um texto extremamente corrosivo, sobre o qual não podemos deixar de nos questionar:

Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas. Mas a tragédia não acontece por acaso.
Vejamos:
1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?
Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?
Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair? Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?
Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios?
Pode o país dar-se a esse luxo?
2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais.
Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...
3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.
4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.
5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade. Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão.
O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime... Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado.
Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal?
Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país. Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime. Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:
1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.
2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).
3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores
4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei. 5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.
6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.
Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África.
Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo.

sábado, agosto 06, 2005

Igualdade

PortugalDiario - Toda a informação actualizada ao minuto: as últimas notícias do país e do mundo.

Igualdade de tratamento dos emigrantes, foi a tónica da Declaração de Fafe. Um bom resumo no Diário Digital.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Convenção Civica das Comunidades Portuguesas

Um encontro interessante. Dois dias de debate muito vivo sobre os problemas das Comunidades Portuguesas da diáspora, na linda cidade de Fafe.
Experiência a repetir.
Parabéns José Machado.

quarta-feira, agosto 03, 2005

Depois da falência...

Depois da falência da Jorgen Mortensen Lda, o casal Jorgen e Ana continua a bulir... Alimentam de encomendas duas fábricas na Marinha Grande, que só não produzem mais porque não conseguem atingir os padrões de qualidade exigidos pelos seus clientes.
É chocante a indiferença perante o que ocorre no sector vidreiro.
Enquanto os Mortensen foram perseguidos pela Segurança Social e por um sindicato que parece mais apostado em destruir os postos de trabalho do que na sua manutenção, outras empresas continuam de pé como se pagassem pontualmente o que é devido ao sistema previdenciário.
A lei é, teoricamente, igual para todos. Mas na prática não é assim...
Só se apresentam à insolvência os tolos, que têm a mania do cumprimento das leis.
Aqui cheira-me que tudo roda em torno de um grande projecto imobiliário.
O Sindicato era antes aliado do PCP. Agora é aliado do BCP.
E os trabalhadores que se lixem.
Chaminé da Mortensen... Ex-Fábrica Irmãos Stephens. Posted by Picasa
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terça-feira, agosto 02, 2005

700 dias em ambiente digital

Abrimos a garrafa de champanhe... Discretamente.
Quando outros dizem que fazem... nós fazemos.


700 DIAS DE TRABALHO EM AMBIENTE DIGITAL

A Miguel Reis & Associados – Sociedade de Advogados comemorou, no dia 1 de Agosto, 700 dias de trabalho em ambiente digital (www.lawrei.com).
Depois de uma fase de teste, iniciada no início de 2003, todo o trabalho dos advogados passou, a partir de 1 de Setembro de 2003, a processar-se sobre um ERP, acessível através de qualquer computador conectado à Internet.
Toda a nossa informação pode ser consultada, desde essa data, pelos clientes com a mesma facilidade com que acede a uma página web.
Para além dos «andamentos» processuais e das diligências realizadas pelos advogados, o cliente tem acesso, no próprio dia, à correspondência recebida dos tribunais ou das pessoas com quem os advogados trocam correspondência Basta, para isso, que solicite uma password que lhe permite o acesso à parte reservada do site.
Para além do tratamento da informação para consumo dos clientes e para consumo interno, este sistema é hoje um auxiliar de gestão indispensável para uma sociedade que vem desenvolvendo o trabalho em equipa.
A interacção entre os diversos elementos da equipa e o agendamento de tarefas processa-se no sistema e é «brifada» electronicamente, como se todos os elementos estivessem no mesmo lugar. Esta facilidade veio permitir a constituição de equipas plurinacionais, integrando advogados que trabalham em Lisboa e outros que trabalham no Brasil, onde a sociedade tem escritórios em S. Paulo e em Fortaleza.
O sistema permite avisar os clientes e os advogados da existência de novos andamentos e da marcação de diligências, por correio electrónico ou SMS.
A MRA trabalha actualmente em ambiente digital integral. Os documentos em papel são guardados em dossiers depois de digitalizados, mas quase não são usados no trabalho diário.
Demos um salto enorme em termos de mudança de métodos de trabalho. Mas consideramos ainda longe do fim.
O estado da tecnologia não permite ainda a substituição integral do dossier físico pelo dossier digital. A nossa cultura é ainda uma cultura de papéis; e mesmo que eles possam ser reproduzidos com boa qualidade em formato pdf, facilitando-se por essa via a gestão documental, ainda não conseguimos eliminar o vício de preparar um julgamento com recurso ao dossier físico, que mantemos em duplicado.
Talvez seja um problema de tique ou de toque… É, seguramente, um problema táctil, que conseguimos ultrapassar apenas quando são notórias as vantagens. Quando o processo tem dez volumes ninguém o leva para preparar um julgamento em casa, onde tem toda a documentação acessível (porém sem o tal toque de papel) via Internet.
Os grandes ganhadores são, porém, os clientes que residem fora das áreas geográficas do escritório.
Com a associação deste sistema de gestão ao uso sistemático das comunicações de voz sobre IP gerimos processos de clientes do Brasil, da África do Sul ou da Austrália, como se eles estivessem em Lisboa. Basta, para isso, que os clientes recorram às mesmas tecnologias.
Hoje toda a gente tem acesso à Internet e há ferramentas que nasceram com sentido quase lúdico, como o MSN e o Skype, que nos permitem conferenciar quase como se estivéssemos na mesma sala.
Porque não usá-los para trabalhar direito?

01082005/MR
Do site www.lawrei.com

Os bons negócios da Ota...

O meu amigo José Mateus está sempre atento no seu Claro.
Hoje pergunta quem ganha com os negócios da Ota... E suger um link...
Interessante.

Juizes ressentidos...

Aprecio e leio sempre atentamente o que diz o Juiz Joel Timóteo.
Não posso deixar de anotar este passo que me chegou pelo Forlegis:
«As deliberações comuns à generalidade dos Juízes em Portugal, face às acusações injustas que têm sido levadas à comunicação social (imputando aos juízes e só a eles todas as causas do estado da justiça), são no sentido de não praticar nenhum acto - incluindo a prolação de despachos, sentenças e análise de processos - fora da hora de expediente, adiando se necessário as audiências de julgamento.
Eu próprio, na última semana antes das «férias judiciais» tinha um julgamento marcado e, passado meia hora após a hora marcada, mandei chamar os senhores advogados ao gabinete e ao abrigo do art.º 266.º, n.º 3 do CPC, dei-lhes conhecimento - que ficou exarado expressamente em acta - que o julgamento só iria ter início findo que fosse o trabalho de expediente que tinha em cima da secretária, o que efectivamente aconteceu mais de uma hora após.
Trata-se do cumprimento estrito da lei, já que os juízes não são obrigados nem pagos para praticar actos fora do horário de expediente e apesar de o terem feito durante anos, têm sido aviltados como nunca. Quem vai sofrer com a postura de demagogia e populismo políticos são os cidadãos que, crédulos mas mentecaptos, aplaudem essa demagogia. Terão o que merecem. Infelizmente, outros, serão atingidos sem que tenham acreditado na demagogia. Mas não é esta a democracia que os políticos querem - de nivelar tudo por baixo ? »

Pobre País quando os Juízes (que integram um órgão de soberania essencial) assumem a condição de funcionários.
Podem fazê-lo, porque não lhes acontece nada, apesar de estarem vinculados a prazos legais, como o estão os advogados.
Venha o advogado dizer que não cumpre o prazo porque tem que trabalhar fora de horas e o cliente não lhe paga por isso... O que lhe dirão? Que futuro terá?
Os juizes têm razão em muitas das suas reclamações... Claro que têm... Mas não é razoável que assumam uma postura de defesa da ilegalidade (não cumprir os prazos processuais é ilegal...) porque andam de cadeias às avessas com o poder executivo.
O que, salvo melhor opinião, os juizes têm que fazer (o que é razoável que façam) é pedir que se estabeleça um plafond máximo de processos por magistrado. Porque ninguém consegue diligenciar bem em 5000 processos.
Arrisco mesmo um número: para uma justiça de qualidade não é razoável que um juiz tenha mais de 750 processos.
Se fizermos as contas, havendo boa gestão, não dá prejuizo ao sistema, pelo que a sociedade ganha em produtividade e em confiança.
Claro que é preciso mexer noutras coisas e sei que o Dr. Timóteo não tem receio disso.
É preciso transparência.
Somos todos feitos da mesma massa e tal como há advogados que trabalham e outros que não trabalham, também há juizes das duas qualidades.
O que eu digo é que uns não podem ganhar o mesmo que os outros.