Hoje é para mim um dia particularmente feliz.
Ontem foi um dia especialmente triste, depois de uma noite mal dormida em que escrevi num fôlego uma carta de demissão.
As reflexões cansam, quando tocam o soturno. E as sínteses cansam ainda mais.
Resolvi abandonar o Partido Socialista, após 31 anos de fidelidade e auto-contenção.
Não faz nenhum sentido continuar num partido que não passa de um central de gestão de interesses particulares, onde pautam meia dúzia de mandaretes.
É uma pena, porque Portugal tem hoje um bom Governo e um excelente Primeiro Ministro.
Digo-o com a autoridade de que se lhe opôs e a humildade de quem tem que reconhecer que se enganou sobre o perfil da figura.
O que se vê e o que se sabe não faz adivinhar bons dias.
O Partido acabará por liquidar o Governo, tais são os conflitos de interesses que passam pelas suas malhas.
Reservo para um dia destes melhores explicações no que hei-de escrever como homem livre e independente, sem a contenção de que é devedor um militante partidário.
Escrevi uma carta a Almeida Santos cujo conteudo revelarei quando for oportuno.