terça-feira, julho 25, 2006

Ao que chegamos...

Leio no «Público» e tenho dificuldade em acreditar que isto é verdade...
Até o Manel Alegre... que desilusão.
Não conheço nenhum sistema em que a prestação de três meses de actividade dê direito a uma reforma de mais e seiscentos contos.
Esta notícia estragou-me o dia... Uma vergonha para um homem que já tem uma estátua num jardim público. Assoe-se e limpe o ranho à estátua.


«Manuel Alegre reformado com três mil euros por três meses na RDP
25.07.2006 - 10h37 PUBLICO.PT

O deputado do PS Manuel Alegre foi reformado este mês com 3219,95 euros mensais por ter desempenhado, segundo o próprio, durante “pouco tempo”, funções de “coordenador de programas de texto” da RDP (Rádio Difusão de Portugal), segundo a lista dos aposentados e reformados divulgada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA).
O “Correio da Manhã” de hoje avança que o vice-presidente da Assembleia da República esteve apenas três meses como director dos Serviços Criativo e Culturais da RDP.
Apesar de garantir ao “Correio da Manhã” que sempre descontou por esse cargo na RDP, Manuel Alegre confessa que “se não fossem eles [CGA] a escrever” uma carta a informá-lo da reforma “nem teria dado por isso”.
O candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais afirma que vai optar por receber o ordenado como deputado e um terço da reforma que agora lhe foi concedida.
Manuel Alegre entrou para a RDP logo depois de ter regressado do exílio em Argel, pouco depois do 25 de Abril.
Mas assim que foi eleito deputado do PS, nas primeiras eleições democráticas para a Assembleia Constituinte, em Abril de 1975, nunca mais desempenhou trabalho efectivo no cargo para o qual fora designado.
Alegre revela, no entanto que, caso alguma vez não tivesse sido eleito, “teria regressado para a RDP”.
Quando questionado pelo “Correio da Manhã” sobre o tempo de trabalho efectivo na RDP e o valor da reforma agora divulgado, Manuel Alegre fez questão de sublinhar que tudo “é legal”.
Sobre o facto de este cargo não ser referido na sua biografia do Parlamento, o deputado do PS confessa que houve “uma lacuna” que não é da sua responsabilidade.»