quinta-feira, dezembro 04, 2008

A privatização do Estado

Reproduzo a notícia da «Visão»:
Lisboa, 03 Dez (Lusa) - O ministro das Finanças garantiu hoje que a operação de financiamento do BPP tem apenas como objectivo salvaguardar a situação dos depositantes, tal como foi prometido pelo Governo para a generalidade das instituições bancárias.
"Este empréstimo que seis instituições bancárias estão a fazer ao BPP não visa socorrer a área de gestão de patrimónios mas somente salvaguardar a situação dos depositantes", disse Fernando Teixeira dos Santos aos jornalistas, depois de ter dado posse à nova directora-geral da Administração e do Emprego Público.
O ministro referiu que quando anunciou o compromisso formal do Governo de tudo fazer para que os depósitos bancários dos portugueses não corressem perigo, referia-se a todas as instituições financeiras.
"Não se trata de um apoio ou de uma injecção de dinheiro público, trata-se de um financiamento feito por seis instituições bancárias. O Estado limitou-se a ser fiador deste financiamento", acrescentou.
Quanto à identificação dos activos do BPP, que servem de garantia ao empréstimo, Teixeira dos Santos salientou que foi o Banco de Portugal quem se responsabilizou pela tarefa "para que não houvesse dúvidas quanto ao rigor".
Teixeira dos Santos referiu ainda que os activos dados como garantia (avaliados em 670 milhões de euros) são 30 por cento superiores ao valor do empréstimo concedido ao BPP (450 milhões de euros.
"O Estado exigiu esta garantia", explicou.
Quanto aos efeitos da crise económica internacional, o ministro, questionado pelos jornalistas sobre o facto dos Estados Unidos terem admitido estar em recessão há um ano, considerou que isso já era esperado.
"É de esperar que 2009 seja um ano de abrandamento económico face aos anos recentes", disse o ministro das Finanças prevendo a aproximação de "tempos difíceis" que tem de ser enfrentados com determinação.
"Em 2009 temos de estar preparados para enfrentar as condições económicas adversas, como fizemos em 2008", acrescentou.
Estamos a assistir à privatização do Estado, a benefício de interesses ocultos.
A regra é a de que as empresas que não são viáveis devem falir, mesmo que isso importe a destruição de milhares de postos de trabalho.
As falências - muitas delas de empresas viáveis, apenas com dificuldades de crédito - multiplicam-se em arrastados processos nos quais tudo se consome.
Não há nenhum apoio à economia real.
E de um pé para a mão o Estado avaliza uma operação de 450 milhões de euros, para «salvar» uma banco que não foi capaz de cumprir as regras.
Salvaguardar os depósitos? Não há para isso um fundo de garantia? Porque não accionam o fundo.
É a podridão completa no meu País. Coitados dos vindouros...