«A Marinha Grande está a ser requalificada, no âmbito do Programa POLIS – Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental de Cidades. As obras tiveram início em 2002 e deverão terminar até final de 2005. A Autarquia celebrou um contrato-programa com o Estado, no qual é assegurado o financiamento de € 5.005.437, correspondente a 62 por cento do investimento global.
O grande objectivo do programa é zelar pela qualidade de vida dos marinhenses, num espaço urbano e público renovado. Depois das obras concluídas, diversos locais vão voltar a estar disponíveis para fruição pública e a embelezar a cidade.
Está subjacente a consciência de que “um ambiente construído culturalmente coerente e humanizado só pode ser verdadeiramente (re)criado tendo o homem a sua harmonia com a sociedade e a natureza como centro absoluto”. »
O grande objectivo do programa é zelar pela qualidade de vida dos marinhenses, num espaço urbano e público renovado. Depois das obras concluídas, diversos locais vão voltar a estar disponíveis para fruição pública e a embelezar a cidade.
Está subjacente a consciência de que “um ambiente construído culturalmente coerente e humanizado só pode ser verdadeiramente (re)criado tendo o homem a sua harmonia com a sociedade e a natureza como centro absoluto”. »
Suspeito de que estamos no plano da pura propaganda.
No que se refere a uma das áreas mais sensíveis, a dos chamados terrenos da Cerca, estamos perante uma mera operação de especulação imobiliária sobre um terreno industrial.
Num primeiro momento a Câmara comprou à Segurança Social uma área que foi desanexada dos terrenos da antiga Fábrica Escola Irmãos Stephens e vai aproveitar essa área para implantar um número apreciável de fogos.
Num segundo momento há quem tenha expectativa de inviabilizar em definitivo a que foi a mais emblemática fábrica portuguesa de cristais, seguramente para lhe dar o mesmo destino.
Os actuais dirigentes da Câmara sempre asseguraram que nunca os terrenos ocupados pela fábrica dos Mortensens se destinariam a construção.
Mas tudo indica que já mudaram de ideias... Consta que o BCP já têm garantida uma alteração do plano de pormenor da zona e que está a montar-se uma operação para dar destino à fábrica, inviabilizando a sua reutilização como tal.
O grande cambalacho passaria pela aquisição do imóvel ao BCP - naturalmente com dinheiros públicos - cedendo-se uma parte a uma dessas organizações sociais, que mamam directamente no Orçamento e aproveitando-se o resto para a construção.
O envolvimento dos munícipios em operações de urbanização e construção é, por natureza, suspeito e, por isso, deve ser combatido.
Ficamos à espera, para ver se é verdade o que nos dizem e para confirmar se estes autarcas são gente séria, para quem o prédio onde está a fábrica dos Mortensens não poderá ser destinado à construção civil residencial, ou se, pelo contrário, são gente desonesta movida por interesses de circunstância e motivada pelo abuso dos poderes públicos a benefício de interesses privados.
Este é o momento de perguntar o que fizeram aos milhares de toneladas de escórias com metais pesados (entre os quais chumbo e cádmium) que se acumularam durante mais de duas décadas nos terrenos hoje afectos ao Polis.
Não consta que essas toneladas de detritos tenham sido retiradas para lugar seguro, de forma a não poluir os solos.
O que nos dizem é que uma boa parte desses detritos foi espalhada, precisamente no quadro das operações subsidiadas pelo Polis.
É urgente que isto seja investigado e que se apurem as responsabilidades.