domingo, maio 06, 2007

A voz de Eulália e o Furacão

Eulália Moreno escreve sobre o Furacão, com o estilo que lhe conhecemos.
Acho que exagera relativamente ao António Braga, que continuo a considerar uma pessoa séria e competente.
Agora que há por aqui pelo Brasil muita matéria suspeita, lá isso há. E se as investigações forem ao fundo, vai haver porcaria nas ventoinhas de diversos partidos.
Ao que parece nem sequer os políticos a quem se conhecem negócios no Brasil tem registo desses negócios no Tribunal Constitucional. E há políticos no activo que passam aqui quase tanto tempo como em Portugal.
O interessante desta história é que ela talvez venha permitir o esclarecimento das razões pelas quais José Lello e os seus assessores anularam a Federação do Brasil do Partido Socialista, da qual desapareceram os registos no departamento de dados.
Faz muita falta o Joaquim Magalhães, que vivia na esperança de poder apurar, com certezas, que interesses económicos justificavam a vontade de Lello e Pisco de montarem uma estrutura federativa no Rio.
Uma parte já está explicada.
Em 2005 todos ficamos com a convicção de que alguém tinha pago para isto e para impôr um candidato.
Hoje temos mais do que uma convicção...
«Parabéns ao deputado Neves Moreira pela coragem de, finalmente, fazer declarações supra-partidárias e denunciar o que a maioria das pessoas desconhecia. É hora de investigar a fundo essa questão da ligação da Mafia das Sentenças com o Partido Socialista e que passa pela Federação do Rio de Janeiro. Saber, por exemplo, onde nesse puzzle poderá entrar , por exemplo, o presidente da Câmara de Espinho e as suas constantes viagens ao Rio.
Vários são os autarcas socialistas que adoram o Rio de Janeiro, que se hospedam em hotéis cinco estrelas de Ipanema, que ganham páginas inteiras de destaque no jornaleco " Portugal em Foco" da " talentosa" Benvinda Maria ( recentemente galardoada pela Secretaria de Estado das Comunidades), que são recebidos com pompa no Real Gabinete Portugues de Leitura onde reina o todo-poderoso-cancro-da-comunidade Gomes da Costa ( eminência parda do jornaleco supra-citado), que são homenageados em jantaradas onde os manos detidos eram vistos circulando , etc... É só levantar mais um pouco esse véu que muitas cabeças coroadas e dinossáuricas do Partido Socialista, rolarão.

Os manos detidos, Laurentino e Licínio, patrocinaram a candidatura socialista do medalhudo Anibal Araujo a deputado pelo Círculo Fora da Europa. Aníbal, um dos maiores " mamões" do porte pago e " magnata da imprensa folha de couve".
Como os manos são " empresários", nada mais estão fazendo do que investimentos para , à conta da campanha milionária, obter dividendos. A primeira " retribuição" vem através de Antonio Braga, o Braguinha,lambe-botas do Mesquita Machado, autarca da câmara de Braga, que nomeou Licínio como Cônsul Honorário em Cabo Frio, cargo meramente decorativo mas que lhe daria acesso, por exemplo, a passaportes em branco, informações privilegiadas, malotes, etc... Ficou à porta por um triz.

Este Congresso que decorre aqui em Salvador está agendado desde finais de 2006 e como é mais um evento para prestígiar o Aníbal Araujo, as "bocas" aqui são mais do que muitas de que tudo está correndo por conta dos implicados na Mafia das Sentenças. Ou seja, o regabofe que tambem beneficia gente do PSD , teria o alto patrocínio dos manos Laurentino e Licínio.
O que talvez nunca se venha a saber é quais as negociatas,acobertadas por um aparente inocente Congresso da UNIR, estão acontecendo nos corredores e beiras de piscina. Negociatas partidárias ou em benefício próprio.

A pouca vergonha que se apoderou da Secretaria de Estado das Comunidades desde a gestão Jose Lello , com Caio Roque a reboque, passando por patrocínios de eleições para vereadores aqui em São Paulo, com finais de semana românticos no litoral norte de São Paulo, das eleições, pouco claras, para as Federações socialistas de São Paulo e Rio de Janeiro, etc... certamente darão ao PSD munição suficiente. O eco dos tiros pouco repercutirá em Lisboa. Este escândalo só está nas primeiras páginas dos jornais portugueses graças a insistência e a coragem de alguns, caso contrário, seria apenas mais um caso abafado.
De Salvador, do Congresso da Imprensa Folha de Couve, às minhas custas

Eulalia»