Exploração sexual: maioria vem do Brasil e permanece pouco tempo em Portugal 21.11.2006 - 16h18 LusaA maioria das mulheres que são vítimas de tráfico para exploração sexual em Portugal é de nacionalidade brasileira e não fica mais de seis meses no mesmo sítio, para evitar criar laços de fidelidade, revela um estudo da Universidade de Coimbra apresentado hoje.
O estudo de Madalena Duarte, socióloga e investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, só será publicado em Junho de 2007, mas hoje foram apresentados em Lisboa os resultados intercalares.
Estes dados permitem revelar alguns aspectos deste fenómeno, que começou a ter maior expressão em Portugal em 2001, com maior incidência nas cidades do Porto, Lisboa, Aveiro e na zona do Algarve.
Estes dados permitem revelar alguns aspectos deste fenómeno, que começou a ter maior expressão em Portugal em 2001, com maior incidência nas cidades do Porto, Lisboa, Aveiro e na zona do Algarve.
A investigação deste tipo de crimes, adiantou, não é fácil porque estas redes têm um elevado grau de adaptação e de flexibilidade e porque as mulheres têm uma grande rotatividade.
"Muitas andam entre Portugal e Espanha para não criarem laços de fidelidade", disse.
"Muitas andam entre Portugal e Espanha para não criarem laços de fidelidade", disse.
A maioria das mulheres trabalham essencialmente em bares de alterne, mas os investigadores também encontraram registo de mulheres da Europa do Leste e da Nigéria usadas na prostituição de rua.
A investigação permite também constatar que há uma diferença entre as mulheres recrutadas em países de leste e as brasileiras: as redes de tráfico de mulheres brasileiras são artesanais enquanto as de Leste são organizadas e violentas.
Segundo Madalena Duarte, alguns processos judiciais têm demonstrado que as mulheres das redes de Leste eram sujeitas a uma violência física mais intensa, enquanto as brasileiras tinham maior liberdade de movimentos.
Segundo a autora, há uma grande discrepância entre o número de investigações e o número de casos que vão a julgamento. "As pessoas têm medo (...). Estamos a falar de mulheres que estão assustadas, que foram sujeitas a violência física e psicológica e que são alvo de chantagem", disse.
Muitas destas vítimas, adiantou, não têm confiança nem nas polícias nem no sistema judicial dos seus países.
Os resultados intercalares da investigação sobre "Tráfico de mulheres em Portugal para fins de exploração sexual" foram hoje apresentados no seminário internacional sobre tráfico e exploração sexual.
O estudo, encomendado pela Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, está a ser realizado por investigadores do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Segundo Madalena Duarte, alguns processos judiciais têm demonstrado que as mulheres das redes de Leste eram sujeitas a uma violência física mais intensa, enquanto as brasileiras tinham maior liberdade de movimentos.
Segundo a autora, há uma grande discrepância entre o número de investigações e o número de casos que vão a julgamento. "As pessoas têm medo (...). Estamos a falar de mulheres que estão assustadas, que foram sujeitas a violência física e psicológica e que são alvo de chantagem", disse.
Muitas destas vítimas, adiantou, não têm confiança nem nas polícias nem no sistema judicial dos seus países.
Os resultados intercalares da investigação sobre "Tráfico de mulheres em Portugal para fins de exploração sexual" foram hoje apresentados no seminário internacional sobre tráfico e exploração sexual.
O estudo, encomendado pela Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, está a ser realizado por investigadores do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.