Tive a oportunidade de ouvir o que disse o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, na Assembleia da República, a propósito das políticas de imigração.
O Estado vai gastar milhões de euros para «apoio aos imigrantes» quando isso se não justifica de todo.
O ACIME, que agora vai mudar de nome, justificava-se quando o país foi invadido por centenas de milhar de eslavos, que não falavam uma palavra de português nem compreendiam o funcionamento do nosso sistema político e social.
Muitos desses imigrantes já partiram e os que cá estão dominam razoávelmente a lingua portuguesa e estão perfeitamente integrados na sociedade.
Precisam, apenas, que o Estado clarifique as condições para a sua legalização.
Não faz nenhum sentido manter a discriminação dos primeiros tempos dessa onda de imigração, porque qualquer desses cidadãos tem hoje a possibilidade e a facilidade de aceder aos normais serviços públicos.
Parece-me que o ACIME deve, pura e simplesmente, ser dissolvido, até como forma de deixar lugar ao funcionamento da sociedade civil, através das próprias associações dos imigrantes.
Estas, se desenvolverem um trabalho social sério devem ser apoiadas, mas com uma especial exigência no que se refere à gestão dos fundos.
Não faz nenhum sentido poupar-se de um lado para se gastar do outro.
No seu discurso, o ministro anunciou que vai criar gabinetes para apoiar os imigrantes no acesso à nacionalidade dos seus filhos. Mais jobs for the boys, que não têm a minima justificação. Há conservatórias do registo civil em todo o país, com capacidade e competência para realizar esse trabalho. Mas quê criar mais estruturas, quando nos dizem que o país tem que poupar?
E é bom que o Estado volte a pensar nos emigrantes portugueses, ao menos nos mesmos termos em que pensa nos imigrantes estrangeiros.