José Sócrates começou a entrar em grandes contradições.
Depois de um excelente debate político em torno do Orçamento de Estado, Sócrates veio agora dar o dito por não dito e dizer que vai aplicar parte das medidas que criticou.
Isto é absolutamente inaceitável e só pode compreender-se se, antes de ser eleito, Sócrates já é prisioneiro dos interesses envolventes.
É curioso que foram retirados do site do PS os discursos do debate orçamental.
Bagão Félix veio a terreiro atacar o lider do PS afirmando que a posição de recusar repor os benefícios fiscais, emn coerência com os discursos anteriores, «revela três défices: de prudência, competência e de convicção». O fim dos benefícios fiscais foi a justificação dada pelo PS para votar contra o OE para 2005.
Bagão Félix referiu que Sócrates afirmou um défice «de prudência, porque o PS não sabia que o fim dos benefícios fiscais visava uma melhor redistribuição, um défice de de competência, porque os deputados não estudaram a matéria como deve ser e porque não esperavam ser confrontados com a situação passado um mês devido à dissolução da Assembleia da República.
Começa já a falar-se de escolha de ministros e titulares de altos cargos.
O que se diz nos mentideros é que Jaime Gama será o próximo presidente da Assembleia da República, podendo Freitas do Amaral vir a ser convidado para Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Soou hoje em Lisboa que António Costa quer ser o futuro Ministro das Finanças e que Edite Estrela quer ser Ministra das Cidades.
Manuel Pinho, o homem do Espírito Santo poderá ser o Ministro da Economia e Alberto Costa o da Justiça.
O que se fala é que esse governo (que para muitos é já de favas contadas) terá apenas onze ministros e muitos secretários de estado.
Demagogia ou concentração do poder.
Parece-me que o PS está em entrar por caminhos muito perigosos relativamente ao seu próprio eleitorado tradicional.