terça-feira, janeiro 11, 2005

Notícia sobre o programa do PSD para a emigração

«Lisboa, 11 Jan (Lusa) - O lançamento de um plano de acção para o ensino do português no estrangeiro é a prioridade do PSD para a área da emigração num programa eleitoral em que a continuidade é a principal aposta.
O programa eleitoral dos social-democratas para a emigração, intitulado "Uma política para as comunidades portuguesas", é hoje apresentado ao final da tarde numa conferência de imprensa em que participam os cabeças de lista do PSD pelo círculo da Europa, Carlos Gonçalves, e por Fora da Europa, José de Almeida Cesário.
De acordo com o documento, a que a Agência Lusa teve acesso, o plano de acção para o ensino do português no estrangeiro prevê a integração do português nos currículos escolares dos países de acolhimento de emigrantes, a criação de uma estrutura interministerial de coordenação do sector, o desenvolvimento de mecanismos de ensino à distância e o lançamento de novos materiais e manuais escolares.
Formação de professores, certificação de aprendizagens, eliminação da discriminação das comunidades fora da Europa (ensino associativo) e a aposta em docentes formados nos países de acolhimento são outras linhas de orientação do referido plano.
No âmbito da língua e cultura portuguesas, o PSD pretende ainda levar a cabo acções que garantam uma maior ligação do Instituto Camões às comunidades portuguesas e dar continuidade à inclusão de programas de índole cultural na RTP Internacional e África.
Caso sejam eleitos nas legislativas de 20 de Fevereiro, os social-democratas pretendem ainda prosseguir a modernização da rede consular, nomeadamente o Sistema Integrado de Gestão Consular e a emissão de bilhetes de identidade nos consulados.
Ajustar a rede consular às reais necessidades de cada comunidade, procurando adequar o tipo de postos e os recursos humanos e técnicos à sua dimensão e exigência, é outra das propostas.
O PSD quer ainda reforçar o papel do Conselho das Comunidades Portuguesas, enquanto órgão consultivo do Governo para as políticas de emigração.
Dar continuidade aos Encontros para a Participação e apoiar campanhas de incentivo à participação cívica e política na vida pública portuguesa e na dos países de acolhimento são igualmente intenções social-democratas.
No programa "Uma política para as comunidades portuguesas" consta ainda como prioridades do PSD o alargamento da rede de Centros de Apoio às Comunidades Portuguesas nas autarquias locais, a continuidade dos programas Apoio Social aos Idosos Carenciados (ASIC) e ao Apoio Social aos Emigrantes Carenciados (ASEC) e de outros mecanismos de apoio aos sectores mais desprotegidos.
Os social-democratas prometem também acompanhar de forma "cada vez mais próxima e actuante" os novos fenómenos de exploração de emigrantes e celebrar acordos bilaterais e multilaterais de segurança social com os países de acolhimento das comunidades.
CMP.»
Comentários:
Como é que nós podemos pretender que a lingua portuguesa faça parte dos curricula dos paises de acolhimento se nada fazemos nesse sentido relativamente aos imigrantes estrangeiros em Portugal? E que poder tem Portugal para impôr que o português faça parte dos curricula dos paises de acolhimento? Parece poder interpretar-se a declaração como uma intenção de acabar com o ensino português no estrangeiro. No fim de contas, a conclusão do trabalho já iniciado pelos governos do PSD/CDS.
Acções de maior ligação do Instituto Camões às comunidades? E os meios? E as pessoas? O que eu tenho visto é deplorável... Gastam-se fortunas e os resultados são muito diminutos.
Adequar a rede consular às necessidades das comunidades? O que temos visto, feito pelos governos do PSD é precisamente o contrário.
Só se adequa a rede a tais necessidades se se adoptar um modelo semelhante ao das lojas do cidadão, com profissionais competentes e informados e com um funcionamento alargado. Não os vejos virados para aí...