domingo, janeiro 16, 2005

O apelo de Manuel Carrelo

Manuel Carrelo, que sei ser um homem sério e sensato, lança-me um apelo, que não posso deixar de responder de imediato:
«Um apelo ao Dr. Miguel Reis pela admiração que me suscita, a sua frontalidade e saber e também pela influencia que os seus bons créditos podem exercer.
Que o fim de semana de reflexão e dialogo com o íntimo, o coloque no caminho da reconciliação com o voto no Partido Socialista, para de uma vez por todas se fragilizar uma direita revanchista e fascizante.
Nunca me passou pela cabeça comprometer-me, com o Partido Socialista, que é sempre um compromisso, como é obvio, mas que para mim, significa acima de tudo, um compromisso com a comunidade. E por outro lado não hipotequei a minha independência político/ ideológica.
Assumo-me como um homem de esquerda, sem identidade partidária. E sabendo como sei que este PS é o mais a direita da história do partido, pode, o meu compromisso, parecer um paradoxo, mas creio não o ser.
E a explicação é simples: Se o Partido Socialista varrer nestas eleições, que exigem a união de todos os democratas, e que podem ser históricas, como espero, essa direita revanchista, então diremos que sendo o PS o partido mais a direita do poder significara sempre, uma viragem do poder a esquerda.
Acredito na sorte que estas eleições históricas, vão ditar e importa aqui enfatizar, históricas, porque podem ser mesmo o reduzir a expressão mais simples essa mesma direita, uma vez que não se antevê um líder forte na área do PSD, nos próximos anos, desvanecido que foi o mito Santana Lopes, e por outro lado um PS mais acessível aos homens mais sérios desta formação política, remetendo para P. Portas a responsabilidade de liderar a boa imagem de Le Pen, as forças políticas mais conservadoras, mas pouco expressivas, portuguesas. Se este cenário, que urge na vida política portuguesa, não sair vitorioso, por diferenças mínimas, tempos virão, muito difíceis, para Portugal e os portugueses. Assim vamos todos lutar para que o PARTIDO SOCIALISTA, possa governar em maioria absoluta, na próxima legislatura. Para mim ALEA JACTA EST.»
E aqui fica a resposta...
Esteja descansado que eu vou votar no PS e apelar a toda a gente que está na nossa área política para votar no PS.
Mas há coisas que temos que discutir depois das eleições e relativamente às quais terremos que exigir responsabilidade política a quem for responsável.
No que respeita às eleições do dia 20 de Fevereiro é preciso não pensar que são favas contadas e que o pessoal engole tudo o que lhe queiram enfiar na boca. Penso que, feitos alguns erros, ainda é tempo de devitar alguns danos que são previsiveis se continuarem a humilhar-se as pessoas.
Espero que o meu amigo tenha um bom resultado no circulo Fora da Europa. Espero que o PS ganhe...
Considero que é melhor votar no PS do que votar em branco... Mas não posso deixar de respeitar os companheiros que não têm capacidade para ultrapassar a humilhação de que foram alvo.
Por isso me parece que é preciso acabar com os jogos de força e ter bom senso. Dar um salto em frente, assumir compromissos com arrojo, ganhar a confiança dessa gente.
Não vamos lá com meias tintas, tratando o Cesário como companheiro de jornada em vez de o considerar como adversário principal. A não ser que esteja já planificado que ele deve ganhar...
Do que conheço da emigração fora da Europa - e especialmente no Brasil - ou os candidatos tomam uma posição frontal contra o Cesário, assumindo, nomeadamente o compromisso de repor o Consulado no centro da cidade e de forçar a nomeação de um cônsul que volte a abrir as portas e respeite a comunidade portuguesa, ou vamos apanhar uma enorme banhada.
O que sei é que os nossos camaradas de S. Paulo apresentaram uma plataforma aos candidatos e ainda não receberam qualquer resposta ou qualquer manifestação de vontade de assumir os compromisso nela contidos.
E o tempo passa...