domingo, janeiro 16, 2005

Resposta a Edmundo Figueiredo

Escreve Edmundo Figueiredo, que discorda do que escrevi sobre a necessidade de reforma do sistema político:
«O princípio cientifico, que, se um determinado resultado obtido pela aplicação constante dum sistema pré-definido, resulta razoavelmente igual, então temos uma teoria aceitável para o resultado pretendido. Diz-se válida. A partir desta constatação passa-se à sua adopção e temos as coisas organizadas para nosso sossego.
E toca a esquecer a mínima percentagem causadora do erro!?
É assim com as teorias da queda dos corpos, da impulsão dos liquidos, da sustenção do mais pesado que o ar, da metereologia, etc.
Não considero que o sistema politico instituído em Portugal seja o culpado dos resultados obtidos serem não válidos. Não vamos culpar o vinho por haver bêbados, nem o haxixe por haver drogados. nem o tabaco pelos cancros de pulmão, e, supremo exemplo de todos os exemplos: não vamos culpar a água por haver afogados. Então ninguém bebia água e os médicos que nos zurzerm permanentemente com a necessida de a beber seriam réus de juizo por atentórios da vida humana. Seria uma insensatez.
O hábito de procurar culpados para tudo e por nada só desvia as atenções dos verdadeiros problemas quando se pressente a dificuldade de os resolver. Por isso discordo das simpáticas divagações do compatriota Miguel Reis. E, atenção, não é relevante sabê-lo licenciado ou mestrado ou doutorado. O bom senso e a percepção da coisa exterior não se aprende em nenhum banco de escola. Cita-se sempre o exemplo de Einstein ter sido afastado da escola por pouco inteligente mas gosto mais de citar Newton cuja biografia é mais esclarecedora neste sentido. A história do homem está repleta de exemplos deste tipo.
Até há sábios e sensatos guilhotinados! A culpa foi da guilhotina, certamente.
Mas todos os exemplos que se vasculhem na poeira da história não nos respondem ao nosso problema: a causa do poder corromper. Mas apontam e indíciam causas.
Porquê, então, ele não corrompe todos por igual se o sistema é constitucionalmente igual? Porque uns mais e outros menos, e ainda outros assim assim?
E porquê, também bastantes felizmente, há os que não corrompe?
Heim?
Esta é, na realidade, a verdadeira questão!
Aceitam-se respostas... abertas!
Edmundo Figueiredo »

Não consigo descobre onde estão os pontos da discordância.
Na análise dos pressupostos ou na conclusão? Eu limitei-me a sustentar que, mantendo-se embora as candidaturas por lista, os eleitores possam voltar nominalmente, escolhendo um candidado de uma lista.
Parece-me que isso conferiria maior transparência ao sufrágio e maior legitimidade aos eleitos.