sexta-feira, janeiro 21, 2005

Telecomes

Escreve a Eulália Moreno no PortugalClub:

«...E enquanto a Vivo, empresa do grupo Portugal Telecom, contrata a carinha laroca da Bundchen por mais de 1 milhão de dólares e patrocina as selecções brasileiras de futebol que custam um balúrdio, os meus colegas da Comunicação Social nos países de Emigração, que prestam serviços aos portugueses e seus luso-descendentes andam por aí, mendigando patrocínios para manterem os seus títulos e os programas de rádio e televisão.
E encontram sempre, as portas da Portugal Telecom, fechadas. Aqui no Brasil não basta a simpatia do dr. Eduardo Correia de Mattos.
Em Portugal, não chega , de certeza ao dr. Miguel Horta e Costa, informações sobre o descaso com que os meus colegas e as associações luso-brasileiras são tratados.
Esse comportamento da Vivo, com a concordância da mãe Portugal Telecom é uma vergonha!
E os accionistas? Não dizem nada? Quando eu digo que os do Reino estão todos entorpecidos pelas dívidas que os massacram e pelos últimos desgovernos chamam-me de Velha do Restelo. Sinceramente!»
Eu já não sou accionista da PT e por isso não tenho legitimidade própria para questionar o seus negócios, como o fiz noutros tempos, nomeadamente a propósito da ruinosa aquisição da Zipnet. Vendi as acções todas - que por acaso eram poucas - porque não acredito na companhia.
Também deixei de usar Vivo no Brasil. Porque o Tim é mais barato e não é clonável. E agora também vou deixar de usar o Tim, porque cheguei à conclusão de que é mais barato (e mais cómodo) usar o Optimus que levo de Portugal e que faz roaming com a Claro.
O que é que os accionistas hão-de dizer? Ninguém em Portugal sabe que a Vivo não usa GSM e que os concorrentes lhe estão a entrar no mercado como faca quente em manteiga.
Se eles não reparam nisto, como é que hão-de reparar nos portugas que vivem aí.
Eu já tenho dito a dirigentes de várias associações e a vários directores de jornais que têm um bom caminho que é contratarem a publicidade e os patrocínios com as outras operadoras. Quanto vale um anúncio a dizer que «os portugueses falam com Vivo», ou com Claro? E se esse anúncio surgir a patrocinar as actividades das instituições portuguesas, a começar pela Casa de Portugal?
Nem percebo porque é que a Eulália fica tão escandalizada com as contratações que ela refere. Por acaso já apurou quem é que as intermedeia? Não serão empresas de pessoas das relações de quem decide? Onde está o jornalismo de investigação?