Mais um queixume:
«Nunca me passou pela cabeça algum dia poder sentir ou sequer dizer isto: Tenho nojo de ser português. Ontem senti e disse isto alto e bom som, logo após afirmar ser Portugal um país filho da puta.
E como dói ter este sentimento pelo país onde nascemos e fomos criados.
Isto que parece ser um sentimento irreflectido de revolta, na realidade é o resultado de aprofundadas análises a muitos e frustrados contactos com a nossa representação consular em Londres.
Ontem, foi a gota de água. É que, concluí, o objecto da nossa representação consular não é, como seria de supor, servir os portugueses que vivem ou se deslocam a Londres mas, o de se servirem deles para justificar a sua própria existência. Porque servir uma comunidade de, dizem, cerca de 300.000 cidadãos é muito mais que seguir inflexivelmente as leis nacionais e as directrizes da Administração Pública que pretendem impor mas que são, na realidade, os primeiros a evadir. Sobretudo quando toca a assumir responsabilidades próprias.
Não estranhe o próximo Ministro dos Negócios Estrangeiros se, embrulhado em fino papel de seda e atado com um bonito lacinho aveludado, pouco depois da sua posse, receber o meu passaporte de cidadão nacional ao qual, muito respeitosamente, limpei o meu republicano anus. Afinal, até é um documento que não serve de identificação junto da representação consular, segundo fui informado...»
«Nunca me passou pela cabeça algum dia poder sentir ou sequer dizer isto: Tenho nojo de ser português. Ontem senti e disse isto alto e bom som, logo após afirmar ser Portugal um país filho da puta.
E como dói ter este sentimento pelo país onde nascemos e fomos criados.
Isto que parece ser um sentimento irreflectido de revolta, na realidade é o resultado de aprofundadas análises a muitos e frustrados contactos com a nossa representação consular em Londres.
Ontem, foi a gota de água. É que, concluí, o objecto da nossa representação consular não é, como seria de supor, servir os portugueses que vivem ou se deslocam a Londres mas, o de se servirem deles para justificar a sua própria existência. Porque servir uma comunidade de, dizem, cerca de 300.000 cidadãos é muito mais que seguir inflexivelmente as leis nacionais e as directrizes da Administração Pública que pretendem impor mas que são, na realidade, os primeiros a evadir. Sobretudo quando toca a assumir responsabilidades próprias.
Não estranhe o próximo Ministro dos Negócios Estrangeiros se, embrulhado em fino papel de seda e atado com um bonito lacinho aveludado, pouco depois da sua posse, receber o meu passaporte de cidadão nacional ao qual, muito respeitosamente, limpei o meu republicano anus. Afinal, até é um documento que não serve de identificação junto da representação consular, segundo fui informado...»