Cito, pelo que tem de interessante esta síntese, um telegrama da Reuters difundido no Brasil
«Ceticismo marca campanha eleitoral portuguesa
Por Ian Simpson
Por Ian Simpson
LISBOA (Reuters) - É difícil encontrar boas notícias em Portugal, o país mais pobre da Europa Ocidental, que realiza uma eleição antecipada em fevereiro em meio a um cenário de fraco crescimento econômico e de temores sobre seu futuro numa União Européia (UE) ampliada.
Nem o sol que deu as caras no inverno português nesta semana criou algum otimismo, uma vez que o país enfrenta uma das suas piores secas desde 1990.
"Estas eleições não valem nada. Os partidos querem roubar todo mundo, não querem ajudar ninguém", disse o metalúrgico Rui Costa, 27, sob uma palmeira na avenida da Liberdade, coração financeiro lusitano. "Portugal é uma coisa miserável, é pior que o Brasil."
Cansado da instabilidade da coalizão de centro-direita do primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, o presidente Jorge Sampaio dissolveu o Parlamento no mês passado e convocou eleições antecipadas para 20 de fevereiro. Será o quarto governo português em três anos.
Santana Lopes assumiu o cargo em julho, quando seu antecessor, José Manuel Barroso, passou a comandar a Comissão Européia (o Poder Executivo da UE). O Partido Social Democrata, de Lopes e Barroso, está muito mal nas pesquisas, como reflexo do fraco desempenho da economia. Os socialistas, liderados pelo carismático José Sócrates, lideram.
Mas, nas ruas de Lisboa, é difícil encontrar alguém que acredite que a vitória do Partido Socialista leve o país de volta aos bons tempos da década de 1990, quando Portugal, com seus 10 milhões de habitantes, crescia mais do que a média da UE.
O banco central reduziu na quinta-feira sua perspectiva de crescimento econômico em 2005 para 1,6 por cento. Isso significa que, pelo quinto ano consecutivo, Portugal vai crescer menos que a média européia.
O país, na verdade, ainda não se recuperou totalmente da recessão que fez sua economia encolher 1,3 por cento em 2003, o pior resultado entre os 15 países que então formavam o bloco.
Países que tradicionalmente recebem o grosso da ajuda da UE, como Portugal, temem que as nações ex-comunistas que aderiram ao bloco em 2004 e são ainda mais pobres passem a receber essas verbas.
"A verdade é que as previsões para o ano que acaba de começar, com alguma incerteza, não são brilhantes", disse Miguel Beleza, ex-ministro social-democrata das Finanças, à rádio TSF.
A confiança do consumidor caiu pelo quinto mês consecutivo em dezembro. O desemprego foi de 6,8 por cento no terceiro trimestre, o maior em mais de seis anos.
Santana Lopes alertou no domingo contra o pessimismo econômico, dizendo que a realidade não é tão ruim quanto previram os "profetas do infortúnio".
Barroso elevou impostos, congelou os salários de 700 mil funcionários públicos e adotou medidas extraordinárias para conter o déficit orçamentário, que em 2001 ultrapassou os limites impostos aos países que adotam o euro como moeda.»
Nem o sol que deu as caras no inverno português nesta semana criou algum otimismo, uma vez que o país enfrenta uma das suas piores secas desde 1990.
"Estas eleições não valem nada. Os partidos querem roubar todo mundo, não querem ajudar ninguém", disse o metalúrgico Rui Costa, 27, sob uma palmeira na avenida da Liberdade, coração financeiro lusitano. "Portugal é uma coisa miserável, é pior que o Brasil."
Cansado da instabilidade da coalizão de centro-direita do primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, o presidente Jorge Sampaio dissolveu o Parlamento no mês passado e convocou eleições antecipadas para 20 de fevereiro. Será o quarto governo português em três anos.
Santana Lopes assumiu o cargo em julho, quando seu antecessor, José Manuel Barroso, passou a comandar a Comissão Européia (o Poder Executivo da UE). O Partido Social Democrata, de Lopes e Barroso, está muito mal nas pesquisas, como reflexo do fraco desempenho da economia. Os socialistas, liderados pelo carismático José Sócrates, lideram.
Mas, nas ruas de Lisboa, é difícil encontrar alguém que acredite que a vitória do Partido Socialista leve o país de volta aos bons tempos da década de 1990, quando Portugal, com seus 10 milhões de habitantes, crescia mais do que a média da UE.
O banco central reduziu na quinta-feira sua perspectiva de crescimento econômico em 2005 para 1,6 por cento. Isso significa que, pelo quinto ano consecutivo, Portugal vai crescer menos que a média européia.
O país, na verdade, ainda não se recuperou totalmente da recessão que fez sua economia encolher 1,3 por cento em 2003, o pior resultado entre os 15 países que então formavam o bloco.
Países que tradicionalmente recebem o grosso da ajuda da UE, como Portugal, temem que as nações ex-comunistas que aderiram ao bloco em 2004 e são ainda mais pobres passem a receber essas verbas.
"A verdade é que as previsões para o ano que acaba de começar, com alguma incerteza, não são brilhantes", disse Miguel Beleza, ex-ministro social-democrata das Finanças, à rádio TSF.
A confiança do consumidor caiu pelo quinto mês consecutivo em dezembro. O desemprego foi de 6,8 por cento no terceiro trimestre, o maior em mais de seis anos.
Santana Lopes alertou no domingo contra o pessimismo econômico, dizendo que a realidade não é tão ruim quanto previram os "profetas do infortúnio".
Barroso elevou impostos, congelou os salários de 700 mil funcionários públicos e adotou medidas extraordinárias para conter o déficit orçamentário, que em 2001 ultrapassou os limites impostos aos países que adotam o euro como moeda.»