sexta-feira, janeiro 07, 2005

Ainda os candidados do circulo Fora da Europa


Leio no PortugalClub, assinado por Amadeu Moura, de Paris:
"Acabo de consultar a lista dos candidatos do PSD pela emigração. Constato que o ex-deputado Eduardo Neves Moreira foi preterido a um outro. As razões desta opção são desconhecidas. Não sei se foi empurrado ou se decidiu abandonar as lides. Eu, que aqui esgrimi algumas escaramuças com o deputado, estou à vontade para afirmar o seguinte: o José Cesário, ex-secp, actual cabeça de lista do PSD e mais do que provável futuro deputado, por muito que se esforce – e pelo estilo não se vai esforçar muito... – nunca chegará aos calcanhares do parlamentar Neves Moreira! Nem em motivação, nem em aplicação. O que demonstra que os aparelhos dos partidos estão mais interessados em satisfazer clientelas do que formar grupos parlamentares devotos, voluntariosos e competentes."
A seguir vem uma notícia da Lusa:PSD de Toronto lamenta ausência de emigrantes da lista eleitoral
«A secção de Toronto do PSD lamentou, por ocasião da elaboração da lista de candidatos a deputados pelo círculo Fora da Europa às legislativas de 20 de Fevereiro de 2005, que os emigrantes continuem excluídos da mesma. A secção de Toronto, uma das mais antigas secções sociais- democratas espalhadas pelo mundo, elaborou segunda-feira uma lista, apontando quatro nomes que diz apoiar - José Cesário, Laurentino Esteves, Carlos Mendes e António Letra -, mas lamenta que a lista não possa ser constituída por emigrantes. Na nota enviada ao secretário-geral, a que a Lusa teve acesso, indica que antes mesmo de terminado o prazo para o envio dos nomes "que possam vir a ser eventualmente considerados para a elaboração das listas do Partido", já havia da parte da sede a indicação dos cabeças de listas. O actual e o ex-secretário de Estado das Comunidades, Carlos Gonçalves e José Cesário, respectivamente, encabeçam as listas de candidatos a deputados do PSD pela Europa e Fora da Europa. A nota da secção de Toronto, assinada por Carlos Mendes, considera "redutora" a lei que não permite que se candidatem por determinada região pessoas que tenham a dupla nacionalidade, designadamente dessa mesma região, acentuando que "o PSD teve tempo suficiente para alterar a Lei". Sustenta que quando concorria Manuela Aguiar, "verdadeira referência para a emigração", ainda se entendia que as listas dos candidatos pela emigração não fossem constituídas por emigrantes. "Não parece haver agora razão para não cumprirmos a necessidade e vontade do Partido - que já vem do tempo de Sá Carneiro - de constituir a lista dos candidatos a deputados pela Emigração com... emigrantes", lê-se na nota. O cabeça-de-lista pelo círculo da Europa, Carlos Gonçalves, 42 anos, é secretário de Estado das Comunidades Portuguesas desde Julho, quando se tornou o primeiro emigrante a ocupar um cargo no Governo de Portugal. Eleito deputado do PSD pelo círculo da Europa em 2002, Carlos Gonçalves repete nas próximas eleições a candidatura por este círculo. O actual secretário de Estado da Administração Local, José Cesário, 46 anos, natural de Viseu, protagoniza a candidatura social- democrata por Fora da Europa, depois de ter sido titular da pasta da Emigração durante os dois anos da governação de Durão Barroso. Quando chegou à secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, em 2002, Cesário era o responsável pelo sector das comunidades portuguesas no âmbito da Comissão Política do PSD.»
Apetece responder:
Vocês é que têm culpa porque votam neles.Ainda não perceberam que ser deputado pela emigração fora da Europa é um altíssimo tacho e, quiçá, a única forma de alguns tipos do Continente correrem o Mundo.Vejam o Diário da Assembleia da República e o que tem sido a intervenção dos não emigrantes que vos representam. Uma vergonha completa.Eu tenho que prestar homenagem ao Eduardo Moreira.Não digo que ele seja bom. Mas tem o mérito de sentir na pele o que é ser emigrante,Claro que teve, como ele diz numa entrevista hoje difundida, dificuldades dentro do seu próprio partido...Normal.Hoje há um ambiente de generalizada rejeição dos portugueses da Diáspora por parte dos políticos do bloco central.São ignorantes – alguns são mesmo burros – andam nisto para tratar de negociatas pessoais e, porque não têm uma dimensão estratégica da diáspora, o que têm como projecto consiste em reduzir as comunidades existentes a uma série de Malacas.O Lello inventou os “luso-descententes” e influenciou o artº 47º do Regulamento da Nacionalidade, que impede os portugueses residentes em países de língua estrangeira de registarem os seus filhos em Portugal.Deu, de outro lado, uma machadada de morte na união das famílias portuguesas, criando um esquema (o da vaguidade das ligações efectivas à comunidade portuguesa) que inviabiliza a união das famílias. Tenho um cliente chinês (que fala português) casado com uma portuguesa, que vive com cinco filhos que são portugueses, que sustenta os sogros que são portugueses... mas não pode ser português, porque não consegue provar que tem uma ligação efectiva à comunidade portuguesa.Isto só é possível porque vocês, os que tiveram (e continuam a ter...) que abalar daqui não têm voz nos órgãos legislativos.Se não fossem as massas que mandam para aqui (quase 10% do valor das exportações) mandavam-vos bugiar. Até nisso são enganados... Mal sabem os filhos dos emigrantes com outra nacionalidade que são considerados emigrantes se depositarem dinheiro em bancos portugueses... mas não são se quiserem ficar em Portugal mais de 90 dias. Se o fizerem correm o risco de ser expulsos.Isto é a suprema hipocrisia.Não me choca nada se, perante as listas que temos aí, votarem em branco. O voto em branco não é a mesma coisa que não votar. É uma declaração de vontade de participação política e a rejeição frontal da política proteccionista dos senhores de Lisboa e Porto.Você são tratados como uns saloios. E eu acho que é a hora de devolver o insulto.