domingo, janeiro 02, 2005

Massa, pilim, graveto

A representante de uma conhecida ONG apelava hoje na TV: «Não dêem roupas, coisas, objectos.. Dêem dinheiro».
O que é preciso é massa, pilim, graveto.
A miséria de uns faz sempre a felicidade de outros.
Na área de serviço de Pombal um homem de fato escuro comentava para outro homem de fato escuro: «Isto é gente sem sentimentos e sem coração... É um crime enterrar aquela gente em valas comuns. Ao menos um caixãozinho dos mais baratos. É o mínimo...»
Quando saíram, instalaram-se numa daquelas Ford Transit artilhadas para transporte fúnebre, com janelas rasgadas a preceito, para bem se observarem as flores e as fitas roxas da vaidade humana.
Como escreveu o poeta...«o sonho comanda a vida». Ganda negócio que era fornecer urnas para a dignidade daquela gente toda.
Massa, pilim, graveto...
Um dia destes alguém se lembrará de auditar todas as ONG's.
O problema está em que quando isso ocorrer já haverá ONG'scom poder suficiente para comprar os auditores.
Moral da história:1. «quem se lixa é sempre o mexilhão».
2. «há ONG's a mais e é preciso regular o mercado»;3. «nada melhor oara acreditar uma situação duvidosa do que uma boa auditoria».
Há muita gente que vai ficar rica com este maremoto.
Vamos todos dar para esse peditório.
Pilim, massa, graveto, que as calças e as camisas não chegam ao destino e do dinheiro nunca ninguém disse isso: chega sempre ao destino.