quinta-feira, novembro 17, 2005

Eleições geram caos nos consulados em França

Emigrantes enfrentam informações descoordenadas nos vários serviços Problemas podem prejudicar votação nas presidenciais



Muitos portugueses residentes em França não deverão poder votar nas próximas eleições presidenciais devido à descoordenação da informação sobre o assunto. A própria embaixada de Portugal reconheceu, na passada terça-feira, que "a informação correcta só agora foi possível dar porque a Comissão Organizadora do Recenseamento Eleitoral dos Portugueses no Estrangeiro (COREPE - um serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros) nunca esclareceu muito bem a lei eleitoral sobre os portugueses no estrangeiro"."Acho que já não é possível recensear-se, nós somos intermediários e temos de mandar tudo para Portugal até dia 22 de Novembro e o problema é que a documentação segue por via diplomática e passa pelo ministério antes de chegar ao STAPE. Nas últimas eleições mandámos tudo com 10 dias de antecedência e não chegou a tempo", respondeu o consulado de Bordéus, anteontem, quando o JN contactou todos os consulados portugueses em França, passando por um "cidadão comum" desejoso de votar.Em Orleans o recenseamento já não era possível para as eleições presidênciais. "A data limite era 8 de Setembro e mesmo estando recenseado em Portugal, para nós, é uma inscrição nova. Mas espere um bocadinho, um dia mandam uma circular, noutro dia mandam outra, aqui também andamos a nadar, sabe?". A informação completa-se após uns minutos a desfolhar papéis "Todos se podem recensear até ao dia 22".No consulado de Clermont-Ferrand é pedida a "carte de séjour" (título de residência já abolido para os europeus!), enquanto que em Nogent-Sur-Marne a informação é categórica "Já não pode votar nestas eleições, porque o prazo terminou a 8 de Setembro, mas pode recensear-se até dia 22".

IN «Jornal de Notícias», Fernando Oliveira, correspondente em Paris.