Emigrantes enfrentam informações descoordenadas nos vários serviços Problemas podem prejudicar votação nas presidenciais
Muitos portugueses residentes em França não deverão poder votar nas próximas eleições presidenciais devido à descoordenação da informação sobre o assunto. A própria embaixada de Portugal reconheceu, na passada terça-feira, que "a informação correcta só agora foi possível dar porque a Comissão Organizadora do Recenseamento Eleitoral dos Portugueses no Estrangeiro (COREPE - um serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros) nunca esclareceu muito bem a lei eleitoral sobre os portugueses no estrangeiro"."Acho que já não é possível recensear-se, nós somos intermediários e temos de mandar tudo para Portugal até dia 22 de Novembro e o problema é que a documentação segue por via diplomática e passa pelo ministério antes de chegar ao STAPE. Nas últimas eleições mandámos tudo com 10 dias de antecedência e não chegou a tempo", respondeu o consulado de Bordéus, anteontem, quando o JN contactou todos os consulados portugueses em França, passando por um "cidadão comum" desejoso de votar.Em Orleans o recenseamento já não era possível para as eleições presidênciais. "A data limite era 8 de Setembro e mesmo estando recenseado em Portugal, para nós, é uma inscrição nova. Mas espere um bocadinho, um dia mandam uma circular, noutro dia mandam outra, aqui também andamos a nadar, sabe?". A informação completa-se após uns minutos a desfolhar papéis "Todos se podem recensear até ao dia 22".No consulado de Clermont-Ferrand é pedida a "carte de séjour" (título de residência já abolido para os europeus!), enquanto que em Nogent-Sur-Marne a informação é categórica "Já não pode votar nestas eleições, porque o prazo terminou a 8 de Setembro, mas pode recensear-se até dia 22".
IN «Jornal de Notícias», Fernando Oliveira, correspondente em Paris.