Já há muito tempo que não via a RTP Internacional.
Tive a oportunidade de ver agora, durante quatro dias, no hotel em que estou em Fortaleza e estou profundamente chocado.
É muito dificil fazer lotes tão perfeitos de gente tão feia.
Claro que podem ser lindas «lindas por dentro». E, de certeza, que não são maus nem porcos.
Mas dão todos a imagem de um país que já não existe, felizmente.
A imagem que a RTP transmite é a de um Portugal piroso e parolo, de mau gosto, enfim kitch do mais puro e duro.
Nesse sentido a RTP não «induca nem instrói». Deforma e ofende.
Ofende o País moderno de quem pretende ser porta-voz. Mas ofende, sobretudo, os milhões de emigrantes a quem se dirige com guitarradas que exploram despudoradamente o sentimento e com discursos de saudade que já não se usam nestes tempos de globalização.
A RTP Internacional não é apenas anti-cultura; é contra-cultura.
E não havia necessidade.
Há muito que defendo que o canal internacional deveria ser uma sintese do melhor das televisões portuguesas, não fazendo nenhum sentido que continue a ser um monopólio da RTP. E, sobretudo, é preciso informação, muita informação, no estilo CNN ou Sic Notícias.
Não perceber isto é não ter sensibilidade para nada. A começar por ter sensibilidade para perceber o que é ridiculo.