NOTA DE PROTESTO
Os recentes acontecimentos amplamente divulgados pela comunicação social, que envolveram uma criança de origem portuguesa de 4 anos de idade que ficou retida em São Paulo, são o corolário de um somatório de factos que revelam a existência de disfuncionamentos graves em alguns consulados portugueses, que vão muito além daquilo que será, certamente, a incapacidade e incompetência de alguns diplomatas portugueses em gerir esses mesmos consulados, e que encontram escopo em sucessivas políticas governamentais dirigidas às comunidades portuguesas de todo inaceitáveis e intoleráveis.
A não ser assim, há muito que as autoridades de Lisboa já teriam tomado as medidas e decisões necessárias para inverter este estado de coisas e punir os responsáveis.
Mas se as autoridades de Lisboa e os seus representantes diplomáticos e consulares continuam a trilhar caminhos proibidos, deixando um rasto de autismo do último grau, o presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) continua a assobiar para o lado como se nada daquilo que se está a passar diga respeito ao Conselho, adoptando um silêncio cúmplice e indigno de quem preside ao órgão representativo dos portugueses residentes no estrangeiro.
Lamentavelmente, o actual CCP passou a olhar apenas para o próprio umbigo, assumindo-se como um órgão meramente sorvedor de dinheiros públicos, cujas verbas de funcionamento são escandalosamente engolidas em viagens e reuniões sem quaisquer resultados práticos para as comunidades portuguesas e que seriam melhor aproveitadas se investidas no apoio a projectos do movimento associativo.
Também os actuais deputados eleitos pelos círculos da emigração continuam quedos e mudos, numa demonstração exasperante de falta de respeito e consideração para com aqueles que neles votaram.
Os portugueses residentes no estrangeiro não têm por isso interlocutores para fazer valer os seus direitos. Se por um lado as autoridades de Lisboa não os ouvem, por outro o seu órgão representativo (CCP) e os deputados por eles eleitos não intervêm, dando a sensação de uma conivência promíscua com os autores da enorme humilhação e vexame porque estão a passar as nossas comunidades.
O quadro que hoje se apresenta aos portugueses no exterior revela-se demasiado pernicioso e inquinado, atingindo proporções que há muito ultrapassaram os limites do razoável.
Enquanto conselheiros sérios e responsáveis, continuamos fiéis aos princípios que nortearam a nossa candidatura ao CCP, razão pela qual não aceitamos pactuar com estes comportamentos e desmandos, pelo que nos demarcamos publicamente da postura adoptada pelo actual Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas e em particular do seu presidente, que em nada se coaduna com os verdadeiros interesses e aspirações das comunidades portuguesas no exterior.
Apelamos por isso, aos conselheiros das comunidades portuguesas que se acham inconformados com o actual estado de coisas, para que adiram ao presente protesto, na perspectiva de uma corrente forte que deixe aberta a porta de uma eventual demissão colectiva.
Aos 15 de Novembro de 2005.
OS CONSELHEIROS DO CCP
José Machado (França)
Manuel de Melo (Suíça)
Gabriel Fernandes (Reino Unido)
António Dias Ferreira (Suíça)
Os recentes acontecimentos amplamente divulgados pela comunicação social, que envolveram uma criança de origem portuguesa de 4 anos de idade que ficou retida em São Paulo, são o corolário de um somatório de factos que revelam a existência de disfuncionamentos graves em alguns consulados portugueses, que vão muito além daquilo que será, certamente, a incapacidade e incompetência de alguns diplomatas portugueses em gerir esses mesmos consulados, e que encontram escopo em sucessivas políticas governamentais dirigidas às comunidades portuguesas de todo inaceitáveis e intoleráveis.
A não ser assim, há muito que as autoridades de Lisboa já teriam tomado as medidas e decisões necessárias para inverter este estado de coisas e punir os responsáveis.
Mas se as autoridades de Lisboa e os seus representantes diplomáticos e consulares continuam a trilhar caminhos proibidos, deixando um rasto de autismo do último grau, o presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) continua a assobiar para o lado como se nada daquilo que se está a passar diga respeito ao Conselho, adoptando um silêncio cúmplice e indigno de quem preside ao órgão representativo dos portugueses residentes no estrangeiro.
Lamentavelmente, o actual CCP passou a olhar apenas para o próprio umbigo, assumindo-se como um órgão meramente sorvedor de dinheiros públicos, cujas verbas de funcionamento são escandalosamente engolidas em viagens e reuniões sem quaisquer resultados práticos para as comunidades portuguesas e que seriam melhor aproveitadas se investidas no apoio a projectos do movimento associativo.
Também os actuais deputados eleitos pelos círculos da emigração continuam quedos e mudos, numa demonstração exasperante de falta de respeito e consideração para com aqueles que neles votaram.
Os portugueses residentes no estrangeiro não têm por isso interlocutores para fazer valer os seus direitos. Se por um lado as autoridades de Lisboa não os ouvem, por outro o seu órgão representativo (CCP) e os deputados por eles eleitos não intervêm, dando a sensação de uma conivência promíscua com os autores da enorme humilhação e vexame porque estão a passar as nossas comunidades.
O quadro que hoje se apresenta aos portugueses no exterior revela-se demasiado pernicioso e inquinado, atingindo proporções que há muito ultrapassaram os limites do razoável.
Enquanto conselheiros sérios e responsáveis, continuamos fiéis aos princípios que nortearam a nossa candidatura ao CCP, razão pela qual não aceitamos pactuar com estes comportamentos e desmandos, pelo que nos demarcamos publicamente da postura adoptada pelo actual Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas e em particular do seu presidente, que em nada se coaduna com os verdadeiros interesses e aspirações das comunidades portuguesas no exterior.
Apelamos por isso, aos conselheiros das comunidades portuguesas que se acham inconformados com o actual estado de coisas, para que adiram ao presente protesto, na perspectiva de uma corrente forte que deixe aberta a porta de uma eventual demissão colectiva.
Aos 15 de Novembro de 2005.
OS CONSELHEIROS DO CCP
José Machado (França)
Manuel de Melo (Suíça)
Gabriel Fernandes (Reino Unido)
António Dias Ferreira (Suíça)