quinta-feira, novembro 10, 2005

Comentário de Gabriel Fernandes

Retiro do Little Portugal

«Estou-me pura e simplesmente nas tintas se estes senhores gostam ou não do tom das minhas palavras e se me vão ou não mover mais manhosas campanhas sobre isto ou sobre aquilo. Estou-me nas malvas se é O PS ou o outro qualquer que está no governo, se destabilizo ou se me assumo como provocador de serviço. Nas tintas para tudo!

Digo o que penso e como penso. E o que penso neste momento, melhor, o que sinto neste momento é uma grande revolta, uma grande vergonha, uma enorme incapacidade de não poder fazer justiça. Um vazio por não poder encostar esta gente à parede e dizer-lhe olhos nos olhos o que me apetecia dizer. Que só pensam neles, que fazem política para determinada clientela, que desprezam os pobres, os desfavorecidos, os que não têm força e meios. Que sorriem de soslaio, que não olham de frente. Que se comportam mal. Era isso que diria a uns quantos. Sem qualquer receio.

O que se está a passar com esta criança no Brasil corta o coração. O que se retira do revoltado e dramático relacto do Dr. Miguel Reis escandaliza-nos e envergonha-nos a todos.

De quem é a culpa de toda esta miserável história?

O Sr. Embaixador diz que o caso está fora do âmbito das suas atribuições. Da Secretaria de Estado das Comunidades veio a sugestão para falar com o Embaixador. O Consulado de S. Paulo esfrega as mãos.

Afinal em que é que ficamos? Afinal de quem é a responsabilidade?

Isto não pode nem deve ficar por uma simples reclamação num miserável livro de reclamações daquele Consulado de S. Paulo. Tem de ir mais longe. Essa gente tem de ser chamada à ordem. Custe o que custar. Mesmo que para tanto se tenha de denunciar todos os caciques que dão cobertura ao vergonhoso funcionamento daquele posto. Mesmo que para tanto tenham de rolar cabeças. Que rolem. Já!


Gabriel Fernandes
Conselheiro do CCP Reino Unido»