Quando me sinto atacado pelos maus olhados (passo a chamar assim às febres de S. Paulo) telefono inevitavelmente ao Dr. Aníbal.
Conheci-o há uns dois anos na Beneficência Portuguesa e fui conquistado pela sua afabilidade e pela sua sabedoria.
Ele associa tudo: o ruralismo das raizes transmontanas de falava Torga, com aquela força que brota das montanhas para fazer gente de sucesso, a humildade dos homens de ciência, sempre a aprender e sempre a experimentar e a sabedoria de quem usa tudo para o diagnóstico, desde o piscar do olho até ao registo do termómetro, passando por essa fabulosa causa de doenças que se chama preocupação.
Água, muita água, frutos, muitos frutos, banhos mornos, muitos e sucessivos, inalações, vapor de água, sim claro, e para que não se diga que o médico não receitou nada, um acetilsalicílicozinho, isso mesmo.
Melhorou mas não deu... Depois de três dias o Dr. Aníbal lá resolveu disparar a artilharia: um antibiótico fraquinho, por sete dias, que agora faz mais efeito que você já descansou quatro dias.
Foi tiro e queda... Lá se foi o resto da febre... não sem deixar as mazelas das temperaturas altas, uns desagradáveis sinais nos lábios, que hão-de demorar mais quatro dias, segundo o meu estimado clínico.
Até nisso parece que a bruxa acertou... Para quem gosta de beijar, isto só pode ser mesmo mau olhado.