quarta-feira, novembro 09, 2005

Primeira visão do Consulado Geral de Portugal em S. Paulo

Como disse noutro post, estive ontem, dia 8, no Consulado Geral de Portugal em S. Paulo.
Foi a primeira vez que entrei no misterioso edificio e só acedi a parte das instalações consulares.
Aqui deixo o meu primeiro comentário.
Lembrei-me, logo na entrada, de duas intervenções do Embaixador Seixas da Costa, uma no encerramento do Congresso Empresarial e outra em resposta a uma revista. Este diplomata tem um discurso inovador sobre a relação Portugal-Brasil, com relevância específica no plano cultural.
É um discurso de modernidade, de futuro, de esperança.
A sensação que temos ao entrar nas instalações da Rua do Canadá é a antítese de tudo isso.
Não é a recuperação do Convento do Carmo e a sua reutilização por um conjunto de entidades públicas.
É a recuperação pindérica de um Portugal pequenino que, não tendo dinheiro para uma instalação condigna adapta uma vivenda de alguém que prefere o rendimento da locação à continuação dos sonhos de outrora.
O que ali se respira é a sensação de alguém já viveu ali muito bem e, coitadinho, teve que arrendar a vivenda ao Estado.
Não é que as instalações sejam más.
Remedeiam, porque a casa não foi construida para aquele fim.
Lembrou-me o Tribunal Criminal de Lisboa, instalado num prédio de apartamentos na Rua Pinheiro Chagas.
Lembrou-me o velho tribunal de Sintra, noutro prédio de apartamentos. O Tribunal do Trabalho de Lisboa, nos Anjos, noutro prédio destinado a habitação.
Tudo memórias de coisas tristes, de gente que faliu ou que estava aflita e conseguiu, à revelia de todas as normas impingir os edificios para outros fins.
Tudo memórias de outros tempos e de outras culturas, a que, na Justiça, os governos do PS puseram termo com o lançamento de grandes obras, de palácios da Justiça novos, de boa arquitectura e funcionais.